Falta só um dedinho para virarmos a Venezuela. Por Marcus Aragão.
Por Marcus Aragão
Vão dizer que essa imagem é IA, mas é falta de inteligência mesmo. Caminharmos para longe dos EUA sem ter a garantia ao menos da China é uma temeridade sob todos os aspectos. Você sabia que as exportações para a China diminuíram 7,5% no primeiro semestre? Foi motivado pela busca da China por diversificação de parceiros comerciais e pelo preço menor das commodities.
— Até tu, China?
O Brasil ainda não virou a Venezuela. Mas falta pouco.
— Falta um dedinho.
Um dedinho de censura.
Um dedinho de autoritarismo.
Um dedinho de desprezo pela democracia.
A Venezuela não foi do céu ao inferno num pulo. Ela escorregou. Devagar.
Primeiro, o “nós contra eles”, a luta de classes. Depois, calaram as vozes dissonantes.
Em seguida, passaram a governar por decretos e punir quem ousasse discordar.
O povo? Assistia. Desesperava. Emudecia.
— Isso aqui, iô iô… é um pouquinho da Venezuela iá iá…
Temos um presidente que defende ditaduras e silencia sobre abusos, desde que venham dos “companheiros”.
Um STF que legisla, julga, cassa, pune — tudo junto, ao mesmo tempo, e sem contraditório.
E um Congresso que parece não se incomodar com o próprio encolhimento.
Enquanto isso, a população assiste ao país ser governado por algoritmos de vingança.
A economia desacelera. O dólar sobe. As exportações caem. E a resposta do governo?
Dobrar a aposta na polarização.
A China — maior compradora do Brasil —, como falamos, reduz suas importações, suspende contratos e busca novos fornecedores. Já os Estados Unidos não estendem a mão e fecham o punho: erguem barreiras tarifárias, olham para seus próprios interesses.
Ou seja: caminhamos para o isolamento.
Sem apoio de fora. Sem coesão por dentro.
Sozinhos — como Hugo Chávez sonhou.
Lula se alimenta da divisão em prol de uma estratégia eleitoreira. Precisa de um inimigo. Precisa manter Bolsonaro em cena, vivo na memória — mesmo inelegível — para que a eleição continue sendo uma guerra, e não uma escolha.
Talvez, falte só um dedinho.
Para o fim da democracia.
Por outro lado, para reverter isso, falta só um dedinho. O seu.
Nas urnas, nas redes sociais — para dizer ao mundo que não abrimos mão da democracia.
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