Ciro Pedroza lança “O Triunfo da Esperança: A Campanha de 60 em Natal/RN”, nesta quinta (1º)

 


Independente de partidos ou ideologias, há campanhas políticas que, de tão marcantes, se tornam referência e entram para o inconsciente popular. O jornalista e escritor Ciro Pedroza resgata um importante recorte dessa experiência democrática em território potiguar, com o livro “O Triunfo da Esperança: A Campanha de 60 em Natal/RN”, que será lançado no dia 1º de agosto (quinta), a partir das 16h, no Temis Balcão Bar, Tirol. A obra registra a dinâmica e os causos das campanhas de Aluízio Alves e Djalma Maranhão em meados do século passado.

Ao longo de 162 páginas, Ciro descreve os bastidores da campanha com base em rigorosa pesquisa bibliográfica, análise de documentos e jornais da época, e entrevistas reveladoras com personagens importantes. “Mesmo quem não viveu aquela época ou nem tinha nascido, como eu, sabe que um dia houve uma campanha eleitoral tão inovadora que mudou para sempre o jeito de se conquistar o voto do eleitor potiguar”, disse o autor, cujo livro é resultado de sua pesquisa de mestrado na USP.

Para se ter uma ideia da atualidade que até hoje ecoa sobre a campanha de 60, afirma Ciro, “ainda existe a divisão entre as campanhas no interior do estado, entre o verde e o vermelho. Essa referência vem do verde de Aluízio e do vermelho de Dinarte”, diz. Além de reunir várias histórias para contextualizar as estratégicas adotadas de parte a parte durante a campanha, o autor também destacou pontos decisivos para o resultado da eleição.

O jornalista ouviu o depoimento do próprio Aluízio Alves, de Eugênio Neto, Moacyr de Gois, Cassiano Arruda Câmara, da compositora Jacira Costa, e de Pedro Alencar, responsável pelas pesquisas de opinião da campanha. Também foram ouvidos membros da Cruzada da Esperança, da campanha de Djalma Marinho e de Djalma Maranhão, como José Ribamar de Oliveira, uma espécie de lugar tenente do prefeito.

Um dos depoimentos mais reveladores na pesquisa foi o de Roberto Mariz, filho do então governador Dinarte Mariz. “Ele contou como ajudou ao ex-prefeito Maranhão sair do Brasil para viver no exílio, onde morreu tempos depois”, explicou o jornalista.

Uma campanha política moderna é baseada em quatro pilares: articulação política, pesquisa, comunicação e mobilização. Algo que já tinha por aqui naqueles longínquos anos 60. “Hoje é praticamente impossível se fazer uma campanha sem esses quatro elementos, que foram utilizados de forma pioneira naquela campanha de Aluízio”, avaliou Ciro.

A campanha de 60 estabeleceu um novo modelo para se fazer campanha, que continua atualíssimo e, desde então, vem sendo copiado e replicado a cada eleição de forma intuitiva. Para Ciro, o que Aluízio Alves e Djalma Maranhão usaram de inovador naquela campanha permanece em uso até hoje, 64 anos depois. “Só mudaram os meios, antes havia rádio e jornal, passeatas e comícios, hoje temos as redes sociais e a mesma forma de mobilização usada na campanha de 1960”, enfatiza.

Gaudêncio Torquato, respeitado consultor político e professor titular da USP, que fez parte da banca examinadora de mestrado de Ciro Pedroza, prefacia o livro. “Foi no Rio Grande do Norte que o marketing político ganhou forma e conteúdo, abrindo o círculo da atividade no país. Aluízio foi o percursor do marketing contemporâneo”, afirmou Gaudêncio.

Serviço:

Livro “O Triunfo da Esperança: A Campanha de 60 em Natal/RN”, de Ciro Pedroza. Lançamento dia 01/08 (quinta), às 16h, no Temis Balcão Bar (Av. Rodrigues Alves, 950), Tirol.

(Com informações Tribuna do Norte)