Silêncio - Artigo de Rubens Lemos Filho

 

Foto: Rafael Miranda/paraviagem.com.br

Eis que no lugar do povo cantando o cancioneiro eufórico do clássico maior, o silêncio do medo também atingiu o futebol. Sensato o adiamento do América x ABC (o mando de campo é rubro) porque multidão espremida é atrativo para a sociopatia das facções que vem goleando o Governo do Estado sempre um passo à frente.
Domingo sem vibração. Misturam-se sentimentos: vergonha, revolta, impotência e pavor. Os marginais tripudiam do poder público sempre em indisfarçável opção pelos “direitos “e regalias de quem mata simplesmente, mata para roubar, estupra, assalta e se organiza em bandos para espalhar maldade pelo Rio Grande do Norte inteiro.
Óbvio que não se deve vibrar pela situação. É preciso, porém, se indignar. A indignação é ato livre, dos mais nobres da cidadania e é o oposto da covardia dos omissos ou da postura de avestruz dos apaniguados. O futebol também pagaria seu preço. Sexta-feira, aqui, pressenti. E o crime venceu a esperança.
Água e Fogo
Tom Jobim compôs a canção Águas de Março, obra-prima. Bandidos impuseram o Fogo de Março em nosso Estado.

Rubens Lemos Filho - Jornalista
Fonte: Tribuna do Norte