Sesap reconhece epidemia após disparada de casos de dengue

 


O número de casos de arboviroses como dengue, zika e chikungunya está crescendo em todo o Estado do Rio Grande do Norte. A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), por meio do seu Programa Estadual de Arboviroses, tem identificado um aumento crescente nos casos de dengue, chikungunya e zika. A pasta reconhece uma epidemia de dengue no estado, assim como a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), em Natal.

Os dados apurados até 9 de abril de 2022 indicam aumentos em alto grau dos casos prováveis das três doenças em comparação a 2021. No caso da dengue, houve um crescimento de 818%; na zika, 723%; e na chikungunya, 162%.

Em 2021, até a segunda semana de abril, foram registrados 435 casos prováveis de dengue, enquanto 2022 chegou a 3.995 no mesmo período. Os casos prováveis de chikungunya passaram de 570 para 1.494 casos prováveis, enquanto os de zika aumentaram de 39 casos prováveis ano passado para 321 em 2022.

As arboviroses apresentam sinais e sintomas comuns entre si, como febre, dores nas articulações, manchas vermelhas na pele, coceira e vermelhidão nos olhos no caso da chikungunya e zika.

“É importante que os serviços de saúde estejam atentos à notificação dos casos suspeitos, e que a população esteja atenta aos sinais de alarme, como dor abdominal, vômitos persistentes e sangramento de mucosas, pois devem procurar imediatamente os serviços de saúde”, explicou Sílvia Dinara, coordenadora do programa estadual de combate às arboviroses.

Para Kelly Lima, coordenadora de Vigilância em Saúde da Sesap, a pandemia influenciou no número de notificações. “A Sesap tem a clareza que o aumento nos casos de arboviroses se deu exatamente porque vivenciamos os últimos dois anos pandêmicos, e as pessoas que estavam com sintomas virais não procuravam as unidades de saúde para que tivessem o diagnóstico com relação às arboviroses e pudessem ser notificadas no sistema de informação. Aquelas que procuravam as unidades com sintomas virais acabavam sendo testadas para Covid e infelizmente, quando o teste dava negativo, a rede de atenção não conseguia fazer uma análise ou um diagnóstico diferenciado”, pontuou.

Ainda de acordo com Kelly Lima, o Ministério da Saúde orientou no início da pandemia que os agentes comunitários de saúde e agentes de endemias não realizassem as visitas de prevenção aos focos do mosquito. “Tudo isso culminou com o baixo número de notificações e com a diminuição no número de casos”, disse.

A Sesap reforça, junto à população, os cuidados necessários para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor das arboviroses, como manter os quintais livres de possíveis criadouros do mosquito; esfregar com bucha as vasilhas ou reservatórios de água de seus animais; não colocar lixo em terrenos baldios; manter caixas d´água sempre tampadas e cuidar de qualquer local que possa acumular água parada. Além dos cuidados, é importante receber a visita do agente de endemias e esclarecer possíveis dúvidas.

A Sesap desenvolve diversas ações para controle das arboviroses, como visitas técnicas, capacitações, operações de UVB pesado e distribuição de larvicida para todos os municípios. A Secretaria monitora os dados dos municípios em relação à cobertura de imóveis visitados pelos Agentes de Combate às Endemias para verificar a presença de criadouros de Aedes aegypti, eliminar, tratar focos e orientar os moradores sobre medidas preventivas das arboviroses.