ONG do RN afirma que golpes são o grande vilão da adoção de pets

 


Existem ONGs de proteção de animais por todo o Brasil, que realizam um trabalho árduo para o resgate, tratamento e na busca de um lar para diversos animais de estimação, que são abandonados e vítimas de maus-tratos. Para esse trabalho, organizações sem fins lucrativos necessitam também de doações de pessoas que apoiam a causa.

Com um trabalho tão importante, muitas são as histórias que eles têm para contar, como é o caso do Instituto Senhores Patas, localizado no bairro de Cajupiranga, em Parnamirim, Rio Grande do Norte. Ao Canal do Pet, quem conta é a presidente da ONG, Luciene Lima de Azevedo.

Luciene conta que o que hoje o que motiva protetores e ONGs de animais a seguirem em frente é apenas o amor e a dedicação que sentem pelos animais que sentem por animais, não apenas pelos que estão trabalhando no dia a dia, como daqueles que ajudam com doações e se voluntariando na realização de trabalhos ou mesmo compartilhando nas redes sociais, pedindo ajuda.

“As pessoas se sensibilizam e formam uma corrente do bem e com um pouquinho de cada um nós conseguimos salvar os animais e temos histórias lindas como a de Sílvio, a de Elza, de Samara e como muitas outras que conseguimos reverter”, conta Luciene.

A protetora conta que a mudança que fazem na vida de tantos animais é o que faz com que continuem na luta e que a ajuda que recebem a faz acreditar que ainda existam pessoas boas, mas que ainda sente como se todo o trabalho realizado, pelo Senhores Patas e tantas outras ONGs, ainda seja como enxugar gelo, mas que já é um grande passo e que é necessário que o poder público invista em educação e conscientização das pessoas e na castração dos animais.

Contudo, Luciene lamenta a falta de interesse que existe pelo poder público, que precisa dar um “empurrão”, com leis mais severas (e que essas leis sejam cumpridas) que ajudem a impedir os maus-tratos e o abandono.

“Só tem político da causa animal em época de campanha, e aparecem muitos políticos que são da causa animal e depois que ganham, ou depois que passa a eleição, nunca mais põe os pés na ONG, nunca dão um grão de ração. Nunca ajudam em nada, infelizmente”, lamenta a protetora.

Mais que apenas cachorros

Além dos cães e gatos, o instituto também abriga animais como burros e porcos, todos resgatados. Luciene conta que são sete burros e quatro porcos, dois deles foram resgatados no último dia 3 de novembro.

“São quatro porquinhos agora, com esses dois, e sete burrinhos. E estes nunca vão ir para doação. Não dá, porque você vai doar esses bichinhos é para empurrar carroça, ou pra virar comida de alguém, jamais”, garante a protetora.

Além desses, também existem diversos outros animais de outras espécies – podem ser vistos nas redes sociais da ONG.

Quem não ajuda, não atrapalha

Fraudes também são um problema real na vida de protetores de animais, quando pessoas mal-intencionadas usam imagens e, às vezes, até nomes de ONGs sérias para aplicar golpes, se aproveitando de quem procura ajudar animais que estão em sofrimento, como conta a presidente do Instituto Senhores Patas.

“Nós já tivemos nossas contas hackeados e as fotos de nossos animais roubadas. Quando a gente foi ver já tinham páginas de ONGs que não existem usando as nossas história para pedir dinheiro”, alerta.

Para Luciene isso acontece porque a causa animal está crescendo e, como tudo, as pessoas tentam encontrar uma forma de “se dar bem” pelos problemas dos outros, quando pessoas tentando ajudar acabam sendo lesadas e, dessa forma, perdem a confiança naquelas que realmente estão fazendo um trabalho sério.

Convite para uma visita

Luciene conta que as pessoas costumam perguntar sobre os dias de visita, e afirma que todos os dias são dias de visita e que a quem houver interesse, basta avisar e comparecer ao local, no dia que quiser, mesmo em finais de semana e feriados.

“Todos os dias a gente está aqui. Sábado, domingo, feriado, carnaval, Natal, Ano Novo, não importa. Porque aqui existem vidas, e quando existem vidas eles comem todos os dias, eles precisam de limpeza todos os dias, eles precisam ser medicados todos os dias. Então eu sempre digo, quem quer vir visitar, pode vir”, diz. “Se você chegar aqui de manhã cedo, você vai encontrar muito cocô, muita coisa pra fazer, muita sujeira, porque essa é nossa realidade”, afirma.

A presidente da ONG, porém, pede apenas que visitas não sejam feitas após às 15 horas, pois é quando começam a preparar as coisas para que os animais possam dormir e com a presença de pessoas, especialmente os cães, ficam muito animados e, como todos ficam livres – nada de cachorros presos em canil por aqui, apenas quando há necessidade, como cadelas no cio ou com filhotes – começam a querer correr e brincar.

Luciene explica que a razão pela qual a ONG está sempre aberta a receber visitantes é para não deixar duvidas do trabalho que é realizado por lá e que, a qualquer horário, todos são bem-vindos!