Bolsonaro cita ‘operações intimidatórias’ e afirma que Moraes e Barroso praticam ‘ditadura da toga’

 

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira que os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), praticam uma “ditadura de toga”. Bolsonaro também disse que a “hora” de Moraes “vai chegar” e afirmou acreditar que “está chegando” o momento de agir fora da Constituição, sem explicar a que se referia nos dois casos.

Na quarta-feira, Moraes incluiu Bolsonaro em um inquérito que investiga fake news e ataques contra o STF. A decisão atendeu a um pedido feito pelo TSE, presidido por Bolsonaro, devido a ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral brasileiro.

O presidente criticou a atuação dos ministros em dois momentos nesta quinta-feira. Primeiro, em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada, quais medidas os magistrados vão tomar, citando uma possível busca e apreensão na residência oficial.

— Estão me processando por isso. Olha, pessoal, o que é a ditadura da toga. O que dois ministros estão fazendo no Supremo. Barroso e Alexandre de Moraes. Vão me investigar — disse, adotando em seguida um tom irônico: — Será que vão dar uma sentença? Fazer uma busca e apreensão no Alvorada? Como fazem com o povo comum. Será que vão fazer isso? Vão mandar quem aqui, a PF ou as Forças Armadas? Baseado no que?

Depois, em entrevista à rádio 93 FM, do Rio de Janeiro, atacou diretamente Moraes:

— O senhor Alexandre de Moraes acusa todo mundo de tudo, bota como réu no seu inquérito. Inquérito sem qualquer base jurídica para fazer operações intimidatórias, busca e apreensão, ameaça de prisão ou até mesmo prisão. É isso que ele vem fazendo. A hora dele vai chegar porque está jogando fora das quatro linhas da Constituição há muito tempo. Eu não pretendo sair das quatro linhas para questionar essas autoridades. Mas acredito que esse momento está chegando.

Na quarta-feira, Bolsonaro já havia dito que Moraes atua fora das “quatro linhas da Constituição” e que o “antídoto” para isso também “não está dentro das quatro linhas da Constituição”.

O Globo