A mudança de planos de Rogério Marinho e Fábio Faria: do Senado para o governo do RN e a vice-presidência

 


Parece que a disputa pelo Senado no Rio Grande do Norte deixou de ser interessante para os ministros potiguares Rogério Marinho e Fábio Faria, que vinham sonhando com o mandato de 8 anos com apoio do presidente da República.

Fábio descamba para uma possibilidade bem remota de ser o vice na chapa de reeleição de Bolsonaro.

E Rogério passa a ganhar apoios locais para disputar o Governo do Estado.

Talvez a possibilidade de perder para vice-presidente ou para governador seja menos ruim do que perder para senador, estando hoje em uma posição de muito poder no governo federal, e essa seja a justificativa plausível para a suposta mudança de planos dos dois.

O sonho de Fábio de morar no Palácio do Jaburu, não tem a simpatia de Bolsonaro, mesmo não tendo o presidente se pronunciado sobre o assunto.

É porque Fábio não tem votos para agregar numa chapa presidencial.

No Rio Grande do Norte teve dificuldade até para se reeleger deputado.

E mais: num possível entrevero entre presidente supostamente reeleito e seu vice, como há muito vem acontecendo com Hamilton Mourão, Bolsonaro passaria a ser refém do SBT.

Fábio não tem votos, mas tem a segunda audiência de televisão do Brasil, o que lhe daria gás para até mesmo tentar derrubar o presidente.

O exemplo de Michel Temer com Dilma Rousseff deixa Bolsonaro de orelha em pé em relação à possibilidade, articulada pelo ministro das Comunicações junto a vários veículos de imprensa, de formar chapa majoritária com Fábio Faria.

A possibilidade de Rogério disputar o Governo do Estado, chega com dois poréns, os mesmos que poderiam atrapalhar os planos para o Senado: com o histórico de relator da reforma trabalhista, Rogério não se reelegeu deputado federal.

Agora seria candidato – a senador ou governador – com outra reforma agregada ao seu currículo: a polêmica reforma da previdência.

Rogério disputaria o governo com a atual governadora Fátima Bezerra, que deverá tentar reeleição, num cenário até então inesperado, com um adversário bem poderoso junto ao eleitorado do Rio Grande do Norte e do Nordeste: o ex-presidente Lula, hoje apontado como candidato à presidência.

O perfil do eleitorado potiguar é de mais simpatia a Lula do que a Bolsonaro, e isso seria o terceiro porém para uma possível candidatura de Rogério ao governo.

O nome do ministro do Desenvolvimento Regional para ser candidato a governador vem sendo ventilada na mídia nacional, e já passa a ganhar simpatia de aliados locais.

Rogério sonha mesmo é com o Senado, mas sem um palanque majoritário completo, sabe que não será fácil, daí a necessidade de um nome para o governo.

E na falta do nome, o nome seria o dele, que tem entrado em municípios importantes do Rio Grande do Norte com obras que tem começado a salvar algumas gestões.

Rogério já tentou muito encontrar um nome para o governo: os ex-governadores Garibaldi Filho e José Agripino, o prefeito de Natal Álvaro Dias, o empresário do setor de fruticultura, Luís Barcelos…mas não recebeu sim de nenhum.

Dois nomes estão em discussão: o do ex-vice-governador Fábio Dantas, vice do ex-governador Robinson Faria, e o do deputado estadual Tomba Farias.

Aliados de Rogério temem não encontrar um nome forte o suficiente para sustentar um palanque majoritário.

Sem um nome forte, uma possível candidatura a governo só para cumprir tabela, poderia derrubar o palanque inteiro: governador, senador e até candidatos a deputado.

As pesquisas internas estão sendo feitas e os resultados tem obrigado as mudanças de planos.

O efeito ‘Lula no Nordeste’ também.

E tanto Rogério quanto Fábio deverão se basear, caso queiram disputar mandatos no Rio Grande do Norte, aos números das pesquisas no período mais próximo do início do processo eleitoral.

Caso algum esteja com baixa aceitação, certamente desistirá.

Até porque o Rio Grande do Norte não produziu nenhum outro político com a força que teve a ex-governadora Wilma de Faria, que renunciou à Prefeitura de Natal com 2% de intenção de votos para ser candidata ao Governo e se elegeu governadora.

Hoje quem entrar com 2%…se brincar cai para 1%.


BLOG DA THAISA GALVÃO