AM: Rebelião em presídio termina com 56 mortos
O motim começou no início da tarde do último domingo e chegou ao fim na manhã desta segunda-feira, após mais de 17 horas de duração.
Fontes explicou que a chacina resultou da rivalidade entre duas organizações criminosas que disputam o controle na região amazônica: a Família do Norte (FDN) e o Primeiro Comando da Capital (PCC).
Aliada ao Comando Vermelho (CV), do Rio de Janeiro, a FDN domina o tráfico de drogas e o interior das unidades prisionais do Amazonas. Desde o segundo semestre de 2015, líderes da facção criminosa amazonense vêm sendo apontados como os principais suspeitos pela morte de integrantes do PCC, grupo que surgiu em São Paulo, mas já está presente em quase todas as unidades da federação.
Presos decapitados
Segundo o secretário, o estado, sozinho, não tem condições de controlar uma situação como essa. Agentes penitenciários da empresa terceirizada Umanizzare e 74 presos foram feitos reféns.
Parte desses detentos foi assassinada e ao menos seis foram decapitados. Alguns corpos chegaram a ser arremessados por sobre os muros do complexo.
Distração para a rebelião
As autoridades estaduais ainda não sabem ao certo quantos presos conseguiram fugir do complexo penitenciário.
Poucas horas antes do início da rebelião no Compaj, dezenas de detentos tinham conseguido escapar de outra unidade prisional de Manaus, o Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat).
Fontes afirmou aos jornalistas que a fuga do Ipat pode ter servido como “cortina de fumaça” para acobertar a ação no Compaj.
A escolha de não invadir
De acordo com o secretário, as forças de segurança optaram por não entrar no Compaj por considerar que as consequências seriam imprevisíveis.
“[A rebelião] Foi gerida com negociação e com respeito aos direitos humanos”, disse Fontes, garantindo que os líderes da rebelião serão identificados e responderão pelas mortes e outros crimes.
Em nota, o Ministério da Justiça informou que o ministro Alexandre de Moraes esteve em contato com o governador do Amazonas, José Melo de Oliveira, durante todo o tempo.
Ainda segundo o ministério, o governo estadual deve utilizar parte dos R$ 44,7 milhões de repasse que o Fundo Penitenciário do Amazonas recebeu do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen) na última quinta-feira para reparar os estragos na unidade.