Consumidores criticam proposta de limitar uso da internet fixa
A possibilidade de as operadoras de banda larga limitarem
o uso de internet fixa está sendo debatida na internet, em uma consulta pública
feita pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A consulta, que está
no ar há 15 dias, já recebeu mais de 1,8 mil contribuições e mais de 12,6 mil
pessoas se inscreveram para acompanhar o sistema da Anatel.
Nas mensagens já postadas, a maioria dos usuários critica
fortemente a proposta de limitar o uso de internet fixa. Alguns citam possíveis
dificuldades que terão com a medida, como no mercado de trabalho ou com a
educação à distância. Também há muitas críticas em relação ao serviço prestado
pelas operadoras atualmente. Alguns usuários sugerem que, se houver uma
franquia, que ela seja de tamanho suficiente para o uso mensal e com preços
razoáveis.
Segundo a Anatel, o objetivo da consulta à sociedade é
colher subsídios técnicos que servirão para fundamentar a decisão da agência
sobre as franquias de dados na banda larga fixa. “Com isso, busca-se ampliar a
transparência e fortalecer os mecanismos de participação social no processo
regulatório”, informou a Anatel. Além das contribuições por meio do site, a
Anatel encaminhou questões a entidades representativas dos diversos setores
envolvidos.
Quem quiser opinar sobre o assunto deve acessar a
plataforma Diálogo Anatel, por meio do site www.anatel.gov.br/dialogo. Antes da
opinião, é preciso fazer um cadastro com dados básicos, como nome e email. As
sugestões podem ser encaminhadas até o dia 11 de janeiro.
A possibilidade de as operadoras de internet fixa
adotarem uma franquia de dados, ou seja, um limite máximo de uso mensal, vem
sendo discutida desde abril, quando algumas empresas começaram a oferecer
pacotes nesses moldes. Inicialmente, a Anatel disse que a regulamentação da
agência permite a oferta desse tipo de plano, mas depois o órgão regulador
decidiu proibir a prática por tempo indeterminado.
A franquia de consumo de internet já é adotada por
empresas que oferecem banda larga móvel. Algumas reduzem a velocidade depois
que o limite é ultrapassado, outras cortam o acesso à internet, dando ao
consumidor a opção de contratar um pacote de dados maior.
Enquanto a decisão final sobre o assunto não for tomada,
com o julgamento do processo administrativo pelo Conselho Diretor da Anatel, as
prestadoras que oferecem o acesso à internet por meio de banda larga fixa
continuam proibidas de reduzir a velocidade, suspender o serviço ou cobrar pelo
tráfego excedente nos casos em que os consumidores utilizarem toda a franquia
contratada, mesmo se isso estiver previsto no contrato.
Agência Brasil