Vacina contra zika estará disponível para testes em novembro
Uma vacina contra o vírus zika, resultado da
parceria firmada entre o Instituto Evandro Chagas, do Ministério da Saúde, e a
Universidade Medical Branch do Texas, nos Estados Unidos, estará disponível
para testes pré-clínicos (em primatas e camundongos) em novembro. A previsão
foi anunciada pelo diretor do instituto, Pedro Vasconcelos, ao ministro da
Saúde, Ricardo Barros, nesta sexta-feira, durante reunião no Ministério da
Saúde.
O acordo internacional foi um passo importante para
o desenvolvimento de uma vacina contra o vírus. A universidade americana é um
dos principais centros mundiais de pesquisas de arbovírus, especializado no
desenvolvimento de vacinas. O estudo conta com investimento de aproximadamente
R$ 10 milhões do Ministério da Saúde.
Para o ministro Ricardo Barros, a pesquisa superou
as expectativas iniciais.
- Será um salto importante para saúde, em um tempo
recorde. O prazo inicial, de 12 meses, está sendo antecipado para nove meses.
Isso mostra a importância do Instituto Evandro Chagas como uma célula
fundamental de desenvolvimento de tecnologia em saúde no Brasil - avaliou o
ministro.
A vacina deverá ser administrada em dose única e
utilizará o vírus zika atenuado. Inicialmente, o público-alvo da imunização
serão mulheres em idade fértil.
- As novas tecnologias são fundamentais para
conseguirmos acelerar o processo de desenvolvimento da vacina. Se as fases
correrem dentro do esperado, em dois anos poderemos ter a vacina pronta para
produção - afirmou Pedro Vasconcelos, do Instituto Evandro Chagas.
Para o secretário de Vigilância em Saúde do
Ministério da Saúde, Antônio Nardi, a vacina será fundamental para ajudar a
diminuir a incidência dos casos de microcefalia em bebês:
- A vacina ajudará a prevenir a transmissão do
vírus zika para as mulheres e suas consequências, como a microcefalia. Elas
estarão protegidas e poderão engravidar com mais tranquilidade.
O imunobiológico não poderá ser aplicado em
gestantes, mas o instituto também desenvolve outra tecnologia, a partir do DNA
recombinante do vírus, para ser utilizado em grávidas. Essa vacina deverá estar
disponível para testes até fevereiro de 2017, segundo a previsão de Pedro
Vasconcelos, do Evandro Chagas.
Encerrado o desenvolvimento da vacina pelo
Instituto Evandro Chagas, a previsão é que em fevereiro de 2017 sejam iniciados
os estudos clínicos (em humanos) para testar sua eficácia na população. Essa
etapa será executada pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos
(Biomanguinhos/Fiocruz).
Devido à situação de emergência gerada pela
epidemia de zika e suas consequências, como a microcefalia em bebês, o
Ministério da Saúde, junto com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa), já estuda formas de dar celeridade ao processo, que normalmente dura
cinco anos.
Fonte: http://extra.globo.com/noticias