Seca extrema avança no RN e atinge maior nível desde 2018, aponta Monitor de Secas

 


O Rio Grande do Norte enfrenta o quadro mais severo de seca extrema dos últimos sete anos, de acordo com dados do Monitor de Secas divulgados pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). Entre outubro e novembro, a área afetada pela estiagem no estado passou de 91% para 94% do território, indicando a continuidade e o agravamento do fenômeno.

Além da expansão territorial, houve aumento na intensidade da seca. Em novembro, a condição classificada como seca extrema alcançou 19% do estado, o maior percentual desde março de 2018, quando 38% do território potiguar estava nessa situação. No período analisado, o Rio Grande do Norte figurou entre os dez estados brasileiros que registraram ampliação da área atingida.

No panorama nacional, o Monitor de Secas aponta agravamento do fenômeno em 19 unidades da Federação. Em oito estados, a estiagem já cobre 100% do território, enquanto nos demais a área afetada varia entre 27% e 94%, revelando um cenário amplo de escassez hídrica no país.

Os efeitos da seca também se refletem nos reservatórios potiguares. Segundo o Instituto de Gestão das Águas do RN (Igarn), os 69 mananciais monitorados somam atualmente 2,01 bilhões de metros cúbicos, o que corresponde a 38,08% da capacidade total do estado. Um dos exemplos citados é a barragem Umari, que reduziu seu volume de cerca de 78% para pouco mais de 53% em um ano.

A situação mais delicada é observada no Seridó, região que concentra o menor percentual de reservas hídricas do Rio Grande do Norte, com apenas 14% da capacidade total. O levantamento do Igarn indica ainda que 18 reservatórios estão abaixo de 10% do volume, incluindo açudes praticamente secos, como Itans, Passagem das Traíras e Lulu Pinto, o que gera preocupação quanto ao abastecimento e à segurança hídrica nos próximos meses.