Federação Brasileira das Comunidades Terapêuticas Cristãs emite nota de repúdio aos atos de vandalismo praticados por alguns estudantes da USP
O 1º Seminário Internacional de Acolhimento a Mulheres em Situação de Vulnerabilidade pelo Uso de Substâncias Psicoativas foi interrompido por atos de vandalismo e intolerância por alguns alunos da USP que promoveram baderna e destruíram o material científico que seria apresentando e distribuído.
ABAIXO A NOTA NA ÍNTEGRA
A Federação Brasileira das Comunidades Terapêuticas Cristãs (FEBRACOMTEC), representando centenas de lares de acolhimento, recuperação e reabilitação em todo o Brasil, vem a público manifestar seu mais veemente e profundo REPÚDIO aos atos de vandalismo, intolerância e desrespeito que mancharam as dependências da Universidade de São Paulo (USP).
A Universidade, templo sagrado do saber e da liberdade, foi palco de uma demonstração de ódio que não fere apenas o patrimônio ou a ciência; ela atinge o coração da convivência democrática e da escuta humana. Trocar o debate de ideias pela agressão abjeta é um ato de barbárie que empobrece o país e, simbolicamente, nega a mão estendida a quem mais precisa.
É inaceitável que o ódio se manifeste em um espaço que deveria ser o berço da solução para os problemas sociais. E é por isso que, com a força de nossa missão, questionamos: Enquanto alguns destroem, quem está construindo?
Nós, da Febracomtec, sobretudo estas instituições filiadas, estamos na linha de frente, de portas abertas, de coração aberto, todos os dias. Estamos lutando contra o que é, talvez, a maior epidemia social da nossa era: a dependência química. Nossas casas, longe de serem muros, são na verdade pontes de esperança; afinal, nosso trabalho transcende a teoria, sendo um ato concreto de resgate de vidas, focado em devolver pais e mães aos seus filhos e, acima de tudo, restaurar a dignidade. É por isso que as Comunidades Terapêuticas se estabelecem como o último refúgio para milhares de famílias desesperadas que, infelizmente, não encontram respostas suficientes ou adequadas no sistema convencional.
Cada ato de vandalismo e materiais científicos rasgados na USP ecoa como um tiro no peito de quem luta para se reerguer. É uma ofensa à esperança que tentamos incessantemente reacender naqueles que estão à margem da sociedade, vencidos pelo vício e pela desesperança.

