Autora potiguar Vanessa Augusta lança livro "Eu sou o animal da minha mãe"
A autora potiguar Vanessa Augusta lança, na próxima quinta-feira, 09 de outubro, no Mahalila Café e Livros, o seu primeiro livro de ficção “Eu sou o animal da minha mãe”. O lançamento contará com um bate-papo com a autora Regina Azevedo.
A obra tem como tema central a economia do cuidado, abordando os efeitos sociais, financeiros e emocionais que atingem mulheres que se dedicam a cuidar do outro.
O enredo se desenrola entre as lembranças da infância de A. e o momento em que ela está cuidando da mãe, na velhice, e os papeis do cuidado se invertem. A animalidade, na narrativa, vai aparecendo porque a criança se sente mais como o animal de estimação da mãe do que como filha. A autora vai trazendo analogias sobre essa sensação, como quando menciona, em uma cena onde obedece a mãe, “que ela vai sacolejando o rabo”. Isso dá a ideia de um cachorro submisso que apesar de ser maltratado, sempre acaba sendo fiel ao dono. A narradora traz a ideia de animalidade em outros momentos, quando menciona que acha os pais animalescos, mas que suas animalidades são incompatíveis e incomunicáveis. Como se ela não soubesse falar a língua deles.
“Meu desejo era fugir da ideia de maternidade convencional, aquela que santifica a mãe. Eu sempre quis fugir desse lugar. E quando as mães não amam? E quando as mães não estão preparadas para serem mães? E quando a mãe não cuida?”, questiona a autora.
“Acredito que essa história é bastante ambivalente, porque ressalta as faltas que existem nessa relação, ao mesmo tempo que a filha idealiza como seria ter uma mãe que a amasse. Ou, pelo menos, que a amasse como ela gostaria de ser amada”, complementa Vanessa.
A beleza e potência do livro “Eu sou o animal da minha mãe” está na falta de respostas, na crueza e na poética da narrativa, porque mesmo sendo uma história dura e triste, a obra traz pinceladas de beleza. Uma pureza infantil de olhar para vida com algum mistério.
O lançamento do livro “Eu sou o animal da minha mãe” tem o patrocínio da Fundação José Augusto, Secretária Extraordinária de Cultura, Governo do Estado do Rio Grande do Norte, Lei Paulo Gustavo, Ministério da Cultura e Governo Federal.
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