Jean Paul Prates confirma saída do PT e negocia com partidos do centrão

 


O ex-senador e ex-presidente da Petrobras Jean Paul Prates anunciou oficialmente sua desfiliação do Partido dos Trabalhadores após mais de dez anos de militância. Em entrevista concedida nesta segunda-feira, o político revelou que mantém conversas avançadas com MDB e PDT para possível filiação, partidos pelos quais poderá disputar uma vaga no Senado Federal nas eleições de 2026. A decisão foi atribuída à insatisfação com os métodos de escolha de candidaturas no âmbito estadual do PT.

Prates criticou a falta de processos participativos internos, afirmando que mesmo após ter exercido mandato parlamentar e presidido a maior estatal brasileira não foi consultado sobre decisões partidárias. O ex-senador destacou que seu afastamento não guarda relação com a exoneração da Petrobras, mantendo relação cordial com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas sim com divergências sobre a condução política no estado. Ele classificou o atual modelo de escolha de candidatos como “Raimundocracia”, em referência à influência do secretário-chefe do Gabinete Civil, Raimundo Alves.

Sobre seu futuro político, Prates delineou três etapas: despedida formal através de carta aberta, seleção de nova legenda e posterior discussão sobre possível candidatura. O ex-presidente da Petrobras também emitiu avaliações sobre o setor energético, criticando a atual condução que classificou como “quermesse de megawatts” onde interesses particulares prevalecem sobre diretrizes técnicas. Quanto às eleições presidenciais de 2026, considerou Lula como favorito, mas alertou para a estratégia oposicionista de lançar múltiplos candidatos para criar o que denominou de “caos cognitivo” nos debates.