Quando o nome se torna amor: DPERN marca agosto com oficialização de vínculos de paternidade
O mês de agosto ganhou um novo significado para Francisco Santos, de 17 anos. Criado por Gilmar Soares desde os 9 anos de idade, o adolescente tinha o sonho de ter o nome do pai socioafetivo no registro de nascimento. Este ano, ao assistir a divulgação do Meu Pai Tem Nome, Francisco entendeu que era possível transformar o desejo em realidade. No último dia dos pais, ele escreveu uma carta convidando o padrasto para oficializar a paternidade.
“A gente já tinha essa relação há muito tempo. Ao longo da vida, ele me ensinou a crescer como pessoa, me ensinou valores e tornou-se também um pai para mim”, relatou o jovem. Emocionado com o convite, Gilmar compareceu ao mutirão realizado pela Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Norte neste sábado (16) para oficializar a paternidade.
Situação semelhante viveu a família de Eraldo de Medeiros. Após 40 anos de convivência e o antigo desejo de registrar os três filhos de criação, ele trouxe a família para compartilhar o momento especial. A partir de agora, ainda mais unidos, eles iniciam uma nova etapa dessa história. “Ele entrou na nossa vida quando éramos crianças, nos criou como um verdadeiro pai. Ao sabermos da ação da DPERN, viemos fazer esse reconhecimento e adicionar o sobrenome, que era o mais importante para ele”, citou Cláudia Gomes, filha de Eraldo.
A quarta edição do Meu Pai Tem Nome, mutirão de paternidade promovido pelo Conselho Nacional das Defensoras e Defensores Públicos Gerais (CONDEGE), reuniu mais de 100 pessoas no campus da UERN - Natal e ofereceu serviços de reconhecimento de paternidade socioafetiva, exames de DNA, orientação jurídica, conciliação, vacinação e CadÚnico.
O projeto é fundamental para reduzir o número de crianças registradas sem o nome do pai, um problema que afeta muitas famílias brasileiras. Apenas nos últimos cinco anos, mais de 13 mil crianças foram registradas com ausência de paternidade no Rio Grande do Norte.