Oftalmologista suspeito de golpes de R$ 30 milhões no RN é preso

 


O oftalmologista potiguar Diego Felipe Sampaio, suspeito de estelionato, pirâmide financeira e lavagem de dinheiro, foi preso nesta quinta-feira (7) em Tangará da Serra, cidade que fica no Mato Grosso. Segundo as investigações, estima-se que ele tenha causado prejuízos de aproximadamente R$ 30 milhões a dezenas de vítimas em Natal e outros estados.

A prisão foi confirmada pelo delegado João Peres Soares, da Delegacia de Tangará da Serra. “Recebemos o mandado de busca e apreensão e de prisão. Ele é médico oftalmologista e, segundo informações do delegado responsável pelo caso no Norte, aplicava dinheiro de várias pessoas no mercado financeiro. Algumas vítimas relatam que perderam até R$ 15 milhões. Ele afirmou que foi um investimento de risco e que pode comprovar tudo”, disse o delegado.

Apesar disso, as investigações apontam que não há comprovação de que Diego tenha investido qualquer valor. Após quebra de sigilo bancário, a polícia constatou que os valores recebidos não foram aplicados no mercado financeiro e diversos saques de alto valor foram detectados, o que levanta suspeitas de desvio e lavagem de dinheiro.

Durante sua prisão em Tangará, o médico disse estar tranquilo. “Tenho 17 anos de medicina, nunca tive processo como médico. Estou disponível para prestar todos os esclarecimentos. Os clientes sabiam dos riscos. A empresa foi aberta em 2019 e nunca fiz propaganda, era algo restrito a amigos e familiares.”

Mesmo com os indícios de fraude, o oftalmologista afirma que a perda total foi entre R$ 12 a R$ 15 milhões, e que há exagero nas cifras divulgadas pelas vítimas. Ele também negou envolvimento em qualquer pirâmide financeira.

Além da prisão, Diego Sampaio será investigado pelos crimes de estelionato, crime contra a economia popular e lavagem de dinheiro. Ele passou por exame de corpo de delito e foi encaminhado ao sistema prisional.

Outro detalhe que chama atenção é que, mesmo tendo movimentado milhões, o médico pediu gratuidade judiciária em diversos processos alegando estar sem condições financeiras. Em alguns casos, a Justiça acatou o pedido; em outros, foi negado.

As investigações seguem em andamento, sob responsabilidade da Delegacia de Defesa do Consumidor, que tenta identificar o paradeiro do dinheiro desaparecido.

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