Anderson Torres: “Não é minuta do golpe, é a minuta do Google”

 


Nesta terça-feira (10), o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, prestou depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF). Ele disse que não se lembrava de ter recebido ou tratado de uma “minuta golpista”.

Torres apontou que a apreensão do documento durante uma operação de busca e apreensão da Polícia Federal (PF) em sua casa foi uma surpresa.

– Na verdade, ministro, não é “minuta do golpe”, eu brinco que é a “minuta do Google” […] Eu levava duas pastas pra minha residência, uma delas contendo a agenda do dia seguinte, eventuais minutas de discurso, coisas nesse sentido, e outra com documentos gerais que vinham no Ministério – declarou.

E acrescentou:

– Eu realmente nem me lembrava dessa minuta. Me lembrei quando foi apreendido pela Polícia Federal. Foi uma surpresa. O senhor, não sei se estava acompanhando, mas isso era voz corrente na Esplanada dos Ministérios. Estava difícil trabalhar, inclusive a gente recebia minutas, ideias e uma série de coisas pelo WhatsApp, papel. Eu nunca tratei isso com ninguém, isso veio até o meu gabinete do Ministério da Justiça, organizado pela minha assessoria, isso veio num envelope dentro, foi parar na minha casa, mas eu nunca discuti esse assunto, eu nunca trouxe isso à tona, isso foi uma fatalidade que aconteceu. Era pra ter sido destruída há muito tempo, eu nunca trabalhei isso.

Ainda segundo o ex-ministro, o documento estava cheio de erros de português. As informações são do G1.

– O documento era muito mal escrito, cheio de erros de português, de concordâncias, até o nome do tribunal que estava escrito lá estava escrito errado. Então não é da minha lavra, não sei quem fez, não sei quem mandou fazer e nunca discuti esse tipo de assunto.