Nova tabela do Imposto de Renda entra em vigor; saiba o que muda
Entrou em vigor nesta quinta-feira (1), a nova tabela do Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF), que isenta do tributo os trabalhadores com renda mensal de até R$ 3.036. O valor equivale a dois salários mínimos em 2025 e cumpre uma promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ampliar a isenção para quem recebe até esse limite durante seu mandato.
A medida vale para os rendimentos recebidos a partir deste mês e deverá ser percebida na prática somente em 2026, quando for iniciado o período de entrega da declaração do IR referente ao ano-base de 2025.
A atualização mantém a estrutura da tabela progressiva, mas modifica apenas as duas primeiras faixas de cobrança. Os demais valores permanecem inalterados desde 2015. Quem tiver rendimentos acima de R$ 3.036 por mês continuará sujeito ao imposto, conforme as seguintes faixas de base de cálculo e alíquotas:
Tabela do IRPF a partir de maio de 2025:
Até R$ 2.428,80 — Isento
De R$ 2.428,81 até R$ 2.826,65 — 7,5%
De R$ 2.826,66 até R$ 3.751,05 — 15%
De R$ 3.751,06 até R$ 4.664,68 — 22,5%
Acima de R$ 4.664,68 — 27,5%
O governo federal encaminhou ao Congresso, em março deste ano, um projeto de lei para uma reforma mais ampla da tabela do IR. A proposta prevê a ampliação da faixa de isenção para até R$ 5 mil mensais e a criação de alíquotas adicionais para contribuintes com renda superior a R$ 600 mil por ano. Caso seja aprovada ainda em 2025, essa reforma poderá valer a partir de 2026.
A ampliação da isenção tornou-se possível após a publicação de uma Medida Provisória em abril, viabilizada após a sanção do orçamento de 2025 pelo Congresso. O atraso na aprovação do orçamento foi apontado como o motivo para a demora na adoção da nova faixa de isenção.
O novo valor de isenção também está vinculado ao salário mínimo, que foi reajustado para R$ 1.518 em janeiro. Esse valor, definido por decreto presidencial, superou a inflação acumulada nos 12 meses até novembro de 2024, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
Além da inflação, a nova política de reajuste do salário mínimo considera o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos dois anos anteriores, com uma limitação de 2,5%. O salário mínimo influencia diretamente benefícios como aposentadorias, pensões, o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), cerca de 59 milhões de brasileiros têm rendimento vinculado ao salário mínimo, incluindo aproximadamente 19 milhões de aposentados e pensionistas.