Mulher que sobreviveu a envenenamento com açaí suspeita de ex-namorado como autor do crime

 


Geisa de Cássia recebeu alta médica nesta semana após passar 24 dias internada em um hospital de Natal, vítima de uma grave intoxicação alimentar causada por açaí contaminado. O caso, que ocorreu em 15 de abril, teve desfecho trágico: a bebê Yohana Maitê, de apenas 8 meses, também ingeriu o alimento e não resistiu.

Em entrevista à TV Tropical, Geisa revelou que sabe quem foi o responsável por enviar a cesta com o produto envenenado. Segundo ela, a entrega foi feita em uma sacola de papel com seu nome, acompanhada por um cartão com uma mensagem romântica. “Chegou uma sacolinha de papel com o nome Geisa. Aí meu pai veio trazer, até meus meninos brincaram assim: ‘ó mãe, é um admirador secreto’”, relatou.

Ao abrir o pacote, Geisa encontrou um bichinho de pelúcia e o açaí com granola. “Quando eu li o cartãozinho, eu disse: isso aqui de secreto não tem nada. Isso aqui está falando de uma pessoa que eu terminei o namoro e está falando a respeito de que quando se perde é que se valoriza, pedindo para eu voltar. Eu levei a sério, aceitei o presente”, contou.

O que parecia um gesto de afeto virou um pesadelo. Horas após consumir o conteúdo da cesta, Geisa e a bebê começaram a passar mal. Ambas foram levadas ao hospital, mas Yohana não resistiu. A granola ingerida pela criança foi apontada como o provável veículo da substância tóxica.

Durante a internação, Geisa relatou que o suspeito, que seria um ex-namorado, chegou a visitá-la e cuidar dela na unidade de saúde. “Eu tinha conhecido essa pessoa, tinha visto ele cuidar da mãe dele, da maneira que cuidou. Jamais isso ia passar pela minha cabeça. É tanto que eu fiquei sabendo depois que, mesmo comigo na UTI da UPA, ele chegou a ficar lá e cuidar de mim. Como é que uma pessoa é tão má, tão cínica a esse ponto de fazer isso?”, questionou.

A mãe da bebê, Daniele, prestou solidariedade a Geisa e a isentou de qualquer responsabilidade pelo ocorrido. “Jamais vou culpar ela porque não teve culpa. Foi uma fatalidade. Ele [o suspeito] não tem senso de humanidade. Diz amar, mas amar é uma palavra muito forte para uma pessoa que comete uma crueldade dessas.”

O caso segue sob investigação da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil. Familiares cobram respostas e agilidade da Justiça. “Está na cara de quem fez isso. Não está muito longe de resolver. Que as autoridades agilizem, até pela nossa segurança, porque não sabemos se ele poderia fazer isso com mais alguém da família”, disse um dos filhos de Geisa.

*Com informações da TV Tropical