Governo Trump desembarca no Brasil para tratar de sanções ao ministro Alexandre de Moraes
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Arte sobre foto Anna Moneymaker/Getty Images e Igo Estrela/Metrópoles |
O coordenador de sanções do Departamento de Estado dos Estados Unidos, David Gamble, desembarca no Brasil na próxima segunda-feira (5) para discutir possíveis punições ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Gamble lidera a Office of Sanctions Coordination, órgão responsável pela formulação de estratégias diplomáticas de sanções internacionais.
A visita foi articulada por Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que se licenciou de suas funções na Câmara dos Deputados para permanecer nos Estados Unidos. No Brasil, Gamble se reunirá com o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), e também deve se encontrar com o ex-presidente Jair Bolsonaro.
A movimentação ocorre em meio à pressão de setores ligados ao ex-presidente Donald Trump — de quem Eduardo Bolsonaro é próximo — que acusam Alexandre de Moraes de praticar censura, especialmente ao determinar o bloqueio de perfis conservadores nas redes sociais e de suposta perseguição política a opositores.
Sanções em discussão
Entre as possíveis sanções avaliadas pela Casa Branca estão:
Proibição de entrada de Moraes e auxiliares em solo norte-americano;
Bloqueio de ativos financeiros, impossibilitando transações com cidadãos, empresas e bancos ligados aos EUA;
Restrição de relações comerciais e financeiras internacionais.
Além de Moraes, estariam na mira juízes auxiliares e o procurador-geral da República, Paulo Gonet.
Por ora, não há discussão sobre sanções ao governo Lula, o que evidencia o foco direcionado a autoridades específicas do Judiciário brasileiro.
Repercussão e tensão institucional
A visita de David Gamble pode aumentar a tensão entre o Judiciário brasileiro e setores conservadores internacionais, sobretudo aliados de Trump. A articulação de sanções a membros do Supremo é inédita e poderá gerar reações diplomáticas por parte do governo brasileiro, além de influenciar o já acirrado debate político interno sobre liberdade de expressão e atuação do STF.