Seis países da América Latina já reconhecem González como presidente eleito da Venezuela
Foto: Sérgio Lima/Poder360 |
Depois dos Estados Unidos, a Argentina, o Uruguai, o Equador, a Costa Rica e o Panamá reconheceram nesta sexta-feira 2 o candidato de oposição Edmundo González Urrutia como presidente eleito da Venezuela, após o ditador Nicolás Maduro ter sido declarado reeleito em resultado que levantou suspeita de vários países.
O Peru foi o primeiro a reconhecer a vitória do opositor, ainda na terça 30. Com isso, chegam a sete os países que rejeitam a vitória de Maduro —seis na América Latina, todos esses liderados por governos de direita.
A reeleição de Maduro foi anunciada pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela) após o pleito de domingo (28). Segundo o presidente do órgão, Elvis Amoroso, o ditador havia recebido 52% dos votos, contra 43% de González, com 97% das urnas apuradas. Entretanto, Caracas não havia apresentado as atas eleitorais que comprovariam esses números, apesar da pressão de países como EUA, Colômbia e Brasil.
O regime venezuelano diz ter sido alvo de um ataque hacker que dificulta a apresentação dos resultados discriminados por zona eleitoral e mesa de votação —Maduro chegou a afirmar que o bilionário e dono da rede social X, Elon Musk, estaria por trás da ação.
As atas eleitorais estão no centro da disputa pelo resultado das eleições na Venezuela. O país possui um sistema de votação em urnas eletrônicas com comprovante impresso, depositado pelo eleitor em uma urna separada. Quando a votação termina, cada centro de votação envia um relatório ao CNE semelhante ao boletim da urna no Brasil: as atas eleitorais.
A oposição diz ter tido acesso a esses documentos e publicou o que afirma serem as atas em um site, declarando González vitorioso com 67% dos votos, e 80% das mesas de votação contabilizadas.
Uma projeção conduzida por pesquisadores brasileiros e feita a partir de uma análise de atas coletadas por uma ONG venezuelana produziu um resultado semelhante com o que a oposição afirma ser o correto: 66% dos votos para González, e 33% para Maduro. O estudo foi replicado pelo jornal americano The New York Times, que chegou a números similares.