Gás veicular natural tem alta de até R$ 0,30 em Natal
![]() |
Foto: Magnus Nascimento |
Nas finanças dos potiguares, dois novos reajustes precisarão ser contabilizados. Para quem circula com o Gás Natural Veicular (GNV), o aumento pode chegar a R$0,30 no valor do metro cúbico, enquanto o Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), o gás de cozinha, deve custar até R$10,00 a mais no bolso do potiguar. Na maioria dos locais, esses acréscimos já foram repassados aos consumidores desde a última quarta-feira (10).
No GNV, o aumento aconteceu por decisão dos postos. De acordo com a Companhia Potiguar de Gás (Potigás), responsável pela distribuição do Gás Natural Veicular no Rio Grande do Norte, não houve qualquer aumento na molécula do produto, que desde junho vem sendo entregue aos postos por R$3,82, já com os impostos. De janeiro a julho de 2024, houve uma redução acumulada de R$ 0,06 na molécula de GNV.
Maxwell Flor, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do RN (Sindipostos-RN), explica que o reajuste na verdade acontece para compensar aumentos nos custos dos postos. Com a modificação da bandeira tarifária para a cor amarela, confirmada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para o mês de julho, os empresários devem ter um gasto adicional para o mantimento dos equipamentos. “Temos um compressor de gás em cada unidade que vende o produto, que consome muita energia, então qualquer alteração nessa composição vai onerar no custo do produto”, justifica.
Além disso, Maxwell complementa que alguns materiais como compressor, são adquiridos através de importação, impactando em um aumento no valor da manutenção, puxado pela alta do dólar. O reajuste de 4,5% aprovado em Convenção Coletiva de Trabalho dos frentistas e de 25% na cesta básica também foram outros motivos apontados pelo presidente do Sindipostos-RN.
A reportagem da TRIBUNA DO NORTE visitou um posto de combustível localizado na Avenida Prudente de Morais, no bairro Barro Vermelho, em Natal. No local, o aumento foi de R$0,30, saindo de R$5,09 para R$5,39 durante a última quarta-feira (10). Lauro Kennedy, 44, possui um dos carros com sistema de GNV. Com a alta cilindrada, ele afirma que ainda compensa abastecer no gás, mas nos demais com motor 1.0, a instalação do sistema passou a ser um gasto que “não vale o investimento”.
Leonardo Pinheiro, 22, possui um Chevrolet Opala e relata que gasta em média R$300,00 a R$400,00 por mês para circular com o carro no GNV. “Hoje R$70,00 me faz render 150km. Há um, tempo atrás, era apenas R$30,00 a R$40,00. Chegou no ponto que abastecer com álcool pode até compensar mais”, avalia o estudante.
Já no Gás de Cozinha, parte dos revendedores ainda não repassaram o reajuste aos consumidores até esta quinta-feira (11). Diferente do GNV, o aumento no gás de cozinha foi causado por um reajuste nas distribuidoras, podendo representar um acréscimo de até R$ 10,00. Bernadete Leandro é gerente de uma revendedora no bairro das Rocas, que afirma ter “segurado” o reajuste durante três dias, mas que precisarão fazer esse repasse a partir da sexta-feira (12).
“Hoje, vendemos o gás de cozinha por uma média de R$ 105,00, então ele deve chegar até R$110,00. O consumidor sofre, mas não temos mais como segurar”, explica. Do outro lado está Emanuel Caldas, 49 anos, que gasta em média um botijão de gás a cada dois meses. Ele aponta que a mudança deve afetar o orçamento na residência. “O reajuste do salário que ganhamos não é suficiente. Já é uma diferença significativa”, reclama.
Em outro local no bairro de Dix-Sept Rosado, o revendedor aponta que recebeu um reajuste de R$3,49 da companhia. Bruno Souto, gerente comercial, explica que o gás está sendo comercializado por R$95,00 e a revendedora deverá segurar o aumento ainda por 30 dias. “Se após 30 dias a empresa decidir repassar, o gás sairá por R$99,00”, afirma.