Estádio Barrettão, sede do Globo Futebol Clube vai a leilão por dívidas trabalhistas do clube

 


O estádio Manoel Dantas Barretto, o Barrettão, — sede do Globo Futebol Clube — em Ceará-Mirim, está incluído em um dos lotes do primeiro leilão promovido pelo Tribunal Regional do Trabalho da 21 ª Região em 2024. O certame ocorrerá sexta-feira (22), às 9h, em Natal.

O imóvel total, uma fazenda com 119 hectares, é avaliado em R$ 6,8 milhões. E está indo a leilão para quitar uma dívida que hoje gira em torno de R$ 80 mil, que começou numa ação trabalhista de 2006 cujo valor inicial era de R$ 15 mil.

Essa ação tem como um dos réus o empresário e ex-prefeito de Ceará-Mirim, Marconi Antônio Praxedes Barretto, que foi sócio da empresa que hoje é proprietária do imóvel.

A Justiça do Trabalho chegou ao leilão da propriedade após 18 anos de tentativas para conseguir que o empresário quitasse a dívida. Se esta semana náo for feito um acordo para quitar o valor, na sexta-feira (22) o Globo poderá perder seu estádio.

O primeiro lance é de R$ 6,8 milhões. Passada uma hora, esse valor cai 50% e ficará em R$ 3,4 milhões. Caso ninguém apareça, a Justiça pode colocar para venda pelo valor que for oferecido, desde que seja condizente com o imóvel. Há também a possibilidade de que seja promovido algum bloqueio com relação aos recursos obtidos por meio do estádio. Mas isso ainda está no terreno das hipóteses.

Procurado, por telefone, Marconi Barreto disse que o estádio não vai a leilão. “A dívida é uma besteira, uma insignificância”, disse, dando a entender que esta semana será feito o acordo para pagamento, o que pode suspender o leilão.

O imóvel que está incluído para leilão, a fazenda “Jacoca de Cima I”, possui 119,9 hectares. Além do estádio Barrettão, que fica em Ceará-Mirim, a fazenda que será leiloada inclui um armazém com aproximadamente 1.100,00 m² de área construída.

O estádio, por sua vez, tem 3.900 m², segundo seu alvará de construção, emitido pela empresa MPB Construções. A área está localizada logo após o Conjunto Barrettão. Tanto o estádio quanto o conjunto receberam seus nomes em referência ao empresário Marconi Barretto.

De acordo com o processo, em 2006 ainda foi organizado um acordo no qual o valor acordado da dívida seria pago em prestações pelos sócios da empresa Tendência- Tecnologia Educacional Ltda. Marconi Barretto era um deles.

Após isso, passaram-se 12 anos sem que a dívida fosse paga. Em 2018, a reclamante do processo, por meio de seu advogado, novamente apelou à justiça para conseguir receber o que lhe era devido. E informou que “as buscas por bens dos executados não foram exitosas”.

Em 2019, o valor da dívida foi atualizado para R$ 59.043,87 (incluindo honorários advocatícios). Também naquele ano, a autora da ação solicitou que o INSS e a Polícia Federal fossem oficiados para tentar bens dos sócios da empresa no processo. Foi então que — por meio das informações da Receita Federal — a Justiça do Trabalho descobriu que Marconi Barretto era proprietário da fazenda.

Antes disso, porém, tentou-se obter o pagamento da dívida por meio de bloqueio judicial da conta na qual ele receberia o salário de prefeito. A prefeitura informou que Marconi Barretto já não tinha qualquer vínculo com o município.

O empresário foi cassado em agosto de 2019 pelo Tribunal Superior Eleitoral. Por abuso de poder econômico.

Com informações do Novo Notícias