Brasil é o país que mais mata pessoas trans pelo 15º ano consecutivo

 

Segundo levantamento feito pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), o Brasil é o país que mais mata pessoas trans pelo 15º ano consecutivo, com um aumento de mais de 10% em relação a 2022. Considerando o perfil das vítimas, a maioria das pessoas trans assassinadas no ano passado foram travestis e mulheres trans entre 13 e 39 anos.

Estatísticas preliminares revelam que os casos gerais de homicídio do país estão caindo se comparados entre 2017 e 2023, mas ainda assim são alarmantes. São Paulo registrou o maior número de ocorrências, com 19 registros, com aumento de 73% em relação a 2022, quando foram contabilizados 11 e o estado havia sido o 2º onde mais morreram pessoas trans.

Já o Rio de Janeiro dobrou o número de assassinatos: de 8, em 2022, para 16, em 2023, saindo da 5ª posição e assumindo a 2ª. O Ceará aumentou de 11 para 12 casos e se manteve em 3º, enquanto o Paraná saiu de 8º para 4º, com 12 casos, dobrando o número de assassinatos em relação a 2022. Mesmo tendo aumentado dois casos, Minas Gerais caiu da 4ª para a 5ª posição.

Em 2021, o país registrou a mais jovem vítima de transfeminicídio, com 13 anos de idade, e esse dado voltou a aparecer em 2023, sendo as duas vítimas mais jovens que se tem conhecimento, inclusive no ranking global, de acordo com a Antra.

Com uma análise ampliada sobre a mudança do governo e os impactos para a população, entre outros pontos que fazem o levantamento da Antra ser uma das mais importantes ferramentas de denúncia e de combate à transfobia reconhecida nacional e internacionalmente, o 7º Dossiê: Assassinatos e violências contra travestis e transexuais brasileiras será lançamento oficialmente esta noite no Auditório do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, Bloco A, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, ao lado da secretária nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, Symmy Larrat realizam, nesta segunda-feira (29), uma cerimônia em homenagem aos 20 anos da Visibilidade Trans. O evento contará com a presença de autoridades do Ministério da Saúde, das Mulheres, da Secretaria-Geral da Presidência da República e do programa conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), e será transmitido pelo canal no YouTube do MDHC.

Neste último domingo (29), a 1° Marsha Nacional pela Visibilidade Trans ocupou a Esplanada dos Ministérios, em Brasília, com o tema “Vidas Trans Importam”. O nome do ato homenageia Marsha P. Johson (1945-1992), mulher negra trans que lutou até o seu último dia de vida pelo fim da LGBTQIAP+fobia e por direitos para a comunidade.