Brasileiros têm a conta de luz que mais pesa o bolso em comparação com outros 34 países

 


Os brasileiros devem pagar cerca de R$ 10 bilhões ao mês a mais na conta de luz em 2023, apenas para custear tributos e subsídios. A estimativa é da Abrace Energia, que calcula R$ 119 bilhões a mais nos pagamentos. Com isso, o país apresenta o maior custo residencial da energia elétrica do mundo, em relação à renda per capita, entre 34 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Isso significa que, dentro do orçamento das famílias, o impacto do gasto com energia pesa mais para brasileiros do que para consumidores que vivem em economias com renda mais alta, como Estados Unidos e Espanha. Segundo a associação, apenas pouco mais da metade (60%) do valor da conta de luz está ligada à geração, transmissão e distribuição da energia elétrica, enquanto o restante é composto por taxas.

“Na conta de luz, o dinheiro do consumidor garante recursos para diversos setores e fundos, que muitas vezes não têm relação com a área de energia elétrica. Há verbas destinadas, por exemplo, para os segmentos rural e de irrigação, água, esgoto e saneamento. A maior despesa é com a Conta de Desenvolvimento Energético, que deve receber das tarifas dos consumidores cerca de R$ 30 bilhões neste ano”, diz a Abrace.

Para 2024, a entidade estima um aumento no valor da tarifa de energia, causado, sobretudo, pelas altas temperaturas e pela possibilidade de falta de chuva — o que impacta no nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas. A expectativa é de um aumento de 6,58% para o próximo ano, porcentagem que pode chegar a 10,41%. O valor da conta também dependerá do crescimento dos custos das políticas públicas de subsídios.