Bancos públicos e privados suspendem crédito consignado no INSS

 


A redução do teto dos juros para empréstimos consignados a aposentados e pensionistas está sendo recebida com desagrado pelas instituições financeiras. Nesta sexta-feira (17), o Banco do Brasil (BB) e a Caixa Econômica Federal, ambos bancos oficiais, confirmaram a suspensão da oferta desse tipo de crédito a beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

A redução dos juros ocorreu após o Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS) diminuir o teto de 2,14% para 1,7% ao mês para empréstimos consignados. A taxa para o cartão de crédito consignado também foi reduzida de 3,06% para 2,62%.

A Caixa informou que suspendeu a linha de crédito porque o novo teto de juros é inferior ao cobrado pelo banco, mas está estudando a viabilidade operacional e econômico-financeira para se adequar às novas normas. O Banco do Brasil também está realizando estudos de viabilidade técnica sobre as novas condições do crédito consignado aos beneficiários do INSS e informará sobre a retomada das contratações em breve.

Em resposta, o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, defendeu o uso dos bancos públicos para manter a oferta de crédito consignado do INSS, postando uma nota de repúdio assinada por centrais sindicais que alega que a suspensão prejudica principalmente os aposentados e pensionistas que necessitam de crédito para complementar a renda e atualmente não têm acesso a outras linhas de crédito.

Na quinta-feira (16), a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) afirmou que a redução do teto de juros comprometeria a oferta de crédito consignado e de cartão de crédito consignado a beneficiários do INSS. A entidade argumentou que a iniciativa poderia distorcer os preços de serviços financeiros e levaria os bancos a aumentar os juros de outras linhas de crédito para compensar o teto menor no consignado para o INSS. Segundo o relatório do Banco Central citado por Lupi, apenas quatro das 38 instituições financeiras que oferecem crédito consignado do INSS cobravam taxas abaixo de 1,7% ao mês.