Plano Diretor de Natal deve trazer 300 mil pessoas de volta à capital potiguar, diz Fecomércio
Para os setores da economia, o novo Plano Diretor de Natal é um passo importante para a retomada da cidade. De acordo com Marcelo Queiroz, presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Rio Grande do Norte(Fecomércio-RN), os efeitos poderão ser sentidos na economia local em um prazo de três a cinco anos; o que, segundo a entidade, vai permitir “destravar” a economia da capital potiguar que perdeu 300 mil moradores para as cidades da região metropolitana.
De acordo com Marcelo Queiroz, presidente da Fecomércio, as expectativas em relação ao Plano Diretor são de trazer maior desenvolvimento para a cidade. “As pessoas que tinham dificuldades para fazer uma edificação, um prédio com número maior de apartamentos, faziam estes investimentos em cidades vizinhas, como Parnamirim, Macaíba, Extremoz ou São Gonçalo do Amarante porque existiam mais facilidades”, explicou.
Pelo lado do consumidor, Queiroz acredita que esta debandada se dá por causa do mercado imobiliário nas outras cidades da Grande Natal oferecer preços mais acessíveis para aluguel ou compra de imóveis. Queiroz defende que, com o novo Plano Diretor, há uma abertura do mercado, proporcionando mais construções. “As empresas vão poder investir mais e construir edifícios em áreas como Petrópolis e Tirol [bairros da Zona Leste de Natal], e em ruas adjacentes aos principais corredores da cidade, como a Avenida Prudente de Morais”, abordou.
Com essa medida, o presidente da Federação estima que, pelo menos 300 mil pessoas deixaram de viver em Natal para viver nas outras cidades da região metropolitana, voltem a morar na capital e o resultado do aquecimento causado pelo plano tenha efeito em médio prazo, de três a cinco anos. “As pessoas acabaram tendo que morar na periferia ou municípios vizinhos porque não tinham opções. Acabavam morando em um local com menos infraestrutura. Com isso [o Plano Diretor] as pessoas vão poder viver perto de onde trabalham. Vão circular mais pela região e podem movimentar a economia. Com esse aquecimento, a tendência é de que essas pessoas voltem a morar em Natal, mais próximas do trabalho ou mesmo de comércios”, projetou.
Marcelo Queiroz ainda apontou algumas questões importantes que o Plano Diretor vai permitir, como uma nova vida aos bairros da Ribeira e Cidade Alta, tradicionais centros comerciais de Natal. As pessoas falam que tem pouca circulação de gente ali. Vão poder ser construídos prédios multiuso, que unam comércio e moradias. Isso vai gerar recursos e dinamizar os bairros. São várias as ações que as mudanças do Plano vão ajudar a desenvolver”, disse.
Thiago Mesquita, secretário municipal de Meio Ambiente e Urbanismo, adiantou que já são oito processos atraídos pela modernização do Plano. A expectativa é de que, até o fim deste ano, até 20 processos com base nas novas diretrizes estejam em andamento na Pasta.