Professor da UFRN lança livro de poesia “O céu das pequenas criaturas”

 


Em seu primeiro volume de poesia, “O céu das pequenas criaturas”, recém-lançado pela editora Urutau, o professor e escritor André Tessaro Pelinser, 35, reflete sobre as relações humanas no tempo presente. Radicado no Rio Grande do Norte, onde é professor de literatura brasileira no campus de Currais Novos da UFRN, André oferece aos leitores uma obra composta por 74 poemas, divididos em cinco seções: confinados, abandonados, empesteados, injustiçados e ressecados.
 
Os poemas se organizam em torno dos eixos temáticos de cada parte da obra, de modo que formam um painel que em certo sentido possui início, meio e fim. Ao longo das páginas, mesclam-se textos densos e melancólicos a outros leves e irônicos, nos quais André lança um olhar atento a questões sociais, assim como a feridas profundas do ser humano.
 
– Embora os poemas não tenham sido escritos na ordem em que aparecem no livro, eles aos poucos foram encontrando o seu lugar, de modo que sua localização na obra não é acidental. Há certa comunicabilidade entre eles e entre as seções do livro. Originalmente eu possuía mais de duzentos textos, mas nem todos foram selecionados para a versão final – explica André, que possui graduação e mestrado em Letras pela UCS e doutorado em Estudos Literários para UFMG.
 
Escrito nos últimos dois anos, o livro foi selecionado em chamada pública da Urutau, depois de passar pela curadoria da casa editorial. A editora tem se destacado no cenário nacional por investir em novos autores por meio da proposição de chamadas para publicação voltadas para regiões ou estados brasileiros, de acordo com um calendário anual.
 
A consistência da linguagem empregada na obra é um dos fatores que contribuíram para sua seleção. Nas 92 páginas de “O céu das pequenas criaturas”, André expõe os gestos comedidos das palavras mais melancólicas, a segurança que esconde e revela o ser político e uma economia sintática que nunca é trivial, segundo Berttoni Licarião, que assina o texto da orelha.
 
– Creio que a poesia – e a literatura como um todo – não deve servir para divertir no sentido mais simples dessa palavra, não deve ser um passatempo frugal. A literatura precisa buscar formas de desacomodar e de iluminar aquilo que permanece obscuro, ela precisa exercitar o seu poder de transformação. Isso não significa, evidentemente, que o texto literário tenha que ser de difícil leitura, acessível só a iniciados. Penso que é possível alcançar certa densidade poética mesmo com imagens aparentemente triviais e com uma estrutura textual clara. A experiência humana é complexa e multifacetada, mas a literatura pode nos ajudar a compreendê-la.
 
Serviço
 
O quê: O céu das pequenas criaturas (Editora Urutau, 92 páginas)
Onde comprar: no site da Editora Urutau (http://editoraurutau.com/titulo/o-ceu-das-pequenas-criaturas), ou com o próprio autor
Preço: R$ 42,00