Rússia avisa que vai atacar capital da Ucrânia e pede saída de moradores

 

ANATOLII STEPANOV / AFP

Kiev - O exército russo afirmou, nesta terça-feira (1º), que atacará as infraestruturas dos serviços de segurança ucranianos em Kiev. Após o alerta, os militares pediram a retirada dos civis que vivem perto destas unidades.


"Para deter os ataques virtuais contra a Rússia serão realizados ataques com armas de alta precisão contra as infraestruturas tecnológicas do SBU (serviço de segurança) e o centro principal da Unidade de Operações Psicológicas em Kiev. Pedimos aos habitantes de Kiev que moram perto dos centros de retransmissão que abandonem suas residências", afirmou o porta-voz do ministério russo da Defesa, Igor Konashenkov.


Mais cedo, um míssil atingiu a sede do governo de Kharkiv, segunda maior cidade da Ucrânia. O ataque aconteceu por volta das 8h desta terça-feira (1º), 3h no horário de Brasília. Um vídeo mostra uma grande bola de fogo que envolve carros que estavam próximos.


Durante pronunciamento, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky afirmou que dez pessoas morreram e mais de 30 ficaram feridas após a explosão da bomba. Além disso, o mandatário afirmou que o bombardeio russo é um "crime de guerra" e que a defesa da capital, Kiev, é a "prioridade".
Kharkiv é uma cidade de 1,4 milhão de habitantes, com uma grande população de língua russa, próxima da fronteira com a Rússia.
Entenda o conflito

O conflito na Ucrânia pela Rússia teve início nesta quinta-feira, 24, após o presidente russo Vladimir Putin autorizar a entrada de tropas militares no país do leste europeu. A invasão culminou em ataques por ar, mar e terra, com diversas cidades bombardeadas, inclusive a capital Kiev. Essa é a maior operação militar dentro de um país europeu desde a Segunda Guerra Mundial.

A ofensiva provocou clamor internacional, com reuniões de emergência previstas em vários países, e pronunciamentos de diversos líderes espalhados pelo mundo condenando o ataque russo à Ucrânia. Em razão da invasão, países como Estados Unidos, Reino Unido e o bloco da União Europeia anunciaram sanções econômicas contra a Rússia.

A invasão ocorreu dois dias após o governo russo reconhecer a independência de dois territórios separatistas no leste da Ucrânia - as províncias de Donetsk e Luhansk. Com os ataques, Putin pretende alcançar uma desmilitarização e a eliminação dos "nazistas", segundo o presidente russo.

Outros motivos de Putin pela invasão na Ucrânia se dão pela aproximação do país com o Ocidente, com a possibilidade do país do leste europeu fazer parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar internacional, e da União Europeia, além da ambição de expandir o território russo para aumentar o poder de influência na região.
 
Com informações da AFP e do Meia Hora.