Brasil e dez países votam a favor de resolução contra a Rússia na ONU

 


Foto: Anatolii STEPANOV/AFP


O Brasil e outros dez países votaram a favor da resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) que condena a invasão russa à Ucrânia. Somente China, Emirados Árabes Unidos e  Índia se abstiveram da votação do texto, redigido pelos Estados Unidos.  Número de refugiados após invasão da Ucrânia chega a 100 mil, diz ONU.

A Rússia votou contra o texto e, por ter poder de veto, não permitiu que a resolução entre em vigor. A reunião do colegiado ocorreu na noite desta sexta-feira (25).

Agora, a expectativa é de que o projeto seja analisado na Assembleia-Geral das Nações Unidas, que conta com 193 membros. Na reunião desta sexta, o Brasil declarou voto favorável ao projeto crítico à Rússia.

Veja como votou cada país:

A favor: Albânia, Brasil, Estados Unidos, França, Gabão, Gana, Irlanda, México, Noruega, Quênia e Reino Unido;

Contra: Rússia;

Abstenções: China, Emirados Árabes Unidos e Índia;

Na primeira manifestação oficial do Brasil condenando a invasão russa à Ucrânia, o embaixador Ronaldo Costa Filho criticou a “gravidade da situação”. “Renovamos nosso apelo pela cessação total das hostilidades, pela retirada das tropas e pela retomada imediata do diálogo diplomático”, afirmou o representante brasileiro.

O Itamaraty expressou “preocupação com a decisão russa de enviar tropas em operações militares em terra, causando perda de vida e perigo à população ucraniana”.

“As preocupações de segurança manifestadas pela Federação Russa nos últimos anos, particularmente em relação ao equilíbrio estratégico na Europa, não dão à Rússia o direito de ameaçar a integridade territorial e a soberania de outro Estado”, disse o embaixador brasileiro.

Retomada dos ataques

Uma série de novas explosões foi ouvida nos arredores de Kiev, capital da Ucrânia, na madrugada deste sábado (26), no horário local.

Após momentos de silêncio, tiroteios foram ouvidos perto das 6h do horário local, quase 1h no horário de Brasília.

Equipes da CNN norte-americana na capital ucraniana estão relataram fortes explosões a oeste e sul da cidade na manhã deste sábado. O céu, ainda escuro, iluminou-se com uma série de clarões no horizonte.

De acordo com o governo ucraniano, um tanque e aeronaves do exército russo foram destruídas no combate desta madrugada.

Na manhã de sábado (26) na Ucrânia, o Estado-maior das forças armadas informou que havia também ataques em outras cidades.

Após os combates ativos na capital, um Assessor presidencial ucraniano disse que situação estava “sob controle” nos subúrbios e arredores de Kiev.

De acordo o prefeito da capital Kiev, Vitaliy Klitschko, um prédio residencial foi atingido por um míssil. As equipes de emergência se dirigiram ao local. Não há informações de vítimas ou as circustâncias do possível ataque.

“Noite difícil”

Em mensagem de vídeo direcionada aos seus conterrâneos pouco antes da retomada dos ataques, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que a madrugada será difícil e que as forças russas se dirigirão à Kiev.

“O inimigo usará todas as forças disponíveis para quebrar a resistência dos ucranianos”, afirmou o presidente. Ele complementou dizendo que “temos que nos manter firmes”.

“Nosso principal objetivo é acabar com essa matança. As perdas inimigas são muito graves –hoje foram centenas de soldados mortos que cruzaram nossa fronteira e entraram em nossa terra”, afirmou o presidente, lamentando também a perda de vidas ucranianas.

Apesar de o presidente russo, Vladimir Putin, ainda não ter sinalizado uma desescalada da operação militar, o porta-voz do presidente ucraniano afirmou que Rússia e Ucrânia estão discutindo um local e horário para negociações.

Embora Zelensky tenha feito um discurso citando uma possível resistência, o porta-voz ucraniano Sergii Nykyforov afirmou, em uma rede social, que ” Ucrânia estava e continua pronta para falar sobre um cessar-fogo e paz”.

Também nesta sexta, o ministério da Defesa polonês anunciou ter enviado um comboio de munição à Ucrânia. É o primeiro carregamento de ajuda militar publicamente reconhecida que chega ao país desde a invasão. Vale lembrar que a Polônia é um dos países-membros da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), que está no centro da polêmica envolvendo as nações do Leste Europeu.

No início da noite, os Estados Unidos confirmaram que irão aplicar sanções pessoais ao presidente Vladimir Putin. A decisão, que segue a União Europeia, veio após uma conversa entre o presidente Joe Biden e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Meta proíbe anúncios de mídia estatal russa

A Meta Platforms Inc FB.O vai barrar a mídia estatal russa de veicular anúncios ou monetizar em sua plataforma em qualquer lugar do mundo, disse a empresa controladora da gigante de mídia social Facebook.

“Também continuamos a aplicar rótulos a outras mídias estatais russas”, disse o chefe de política de segurança, Nathaniel Gleicher, no Twitter. “Essas mudanças já começaram a ser implementadas e continuarão no fim de semana”.

CNN Brasil