Há mais de sete décadas, a Fecomércio RN contribui com o desenvolvimento do Estado

 


O presidente do sistema Fecomércio do Rio Grande do Norte, Marcelo Queiroz, em entrevista exclusiva para o AGORA RN, fez um relato dos 73 anos de existência da instituição, completados este mês; comentou sobre os desafios pós pandemia; falou normatização da cobrança do ICMS; e ressaltou a implementação do PIX, modalidade de pagamento muito utilizada pelo comércio do RN. Marcelo Queiroz ainda comentou sobre a digitalização das empresas, e a importância da rede Del Turismo para o Estado.

O presidente da Fecomércio ainda ressaltou que, atualmente, são 16 sindicatos filiados, que juntos com a Federação, representam 200 mil empresas, que formam a base da economia do estado, gerando mais de 330 mil empregos formais, significando 75% de todas as carteiras assinadas e do Produto Interno Bruto (PIB) norte-rio-grandendese.

 AGORA RN: A Fecomércio do RN completou 73 anos. O que o Sr. destaca de mais importante nesses anos todos de existência da instituição?

 MARCELO QUEIROZ: Há mais de sete décadas, a Fecomércio RN cumpre a missão de representar e defender os interesses do Comércio de Bens, Serviços e Turismo; bem como trabalhamos voltados a qualificação profissional dos cidadãos e assistência ao trabalhador, papéis desempenhados pelos nossos braços Senac e Sesc, respectivamente. Hoje, temos atuação nas regiões estratégicas do nosso estado, através dos nossos sindicatos filiados e das unidades de Sesc e Senac, conduzindo projetos que visam a melhoria do ambiente econômico e serviços para os segmentos que representamos e para a sociedade como um todo. Eu destacaria como um grande legado esse crescimento da nossa rede de prestação de serviços ao povo do Rio Grande do Norte. Especialmente nos últimos dois anos, toda a nossa expertise e estrutura se voltou para atender aos desafios da Pandemia. O Sistema Fecomércio se adaptou rapidamente para atender o empresário, trabalhador do comércio e a população potiguar, criando projetos e dialogando com os poderes públicos para minimizar os efeitos da crise. Hoje, quando vemos que o pior já passou, nosso foco é continuar trabalhando para recuperar o que foi perdido.

 AGORA RN: Depois do momento mais crítico da pandemia do coronavírus, com empresas fechando, podemos dizer que a Fecomércio vive novos tempos para o pilar da economia potiguar?

 MARCELO QUEIROZ: A Pandemia acabou acelerando uma série de processos nesse caminho pela sobrevivência das empresas e das organizações. No caso da Fecomércio, não foi diferente. Estamos passando por uma grande modernização de processos internos, com lançamento de novos projetos, com foco em inteligência, inovação e competitividade. O intuito desse direcionamento é o fortalecimento e expansão do trabalho dos 16 sindicatos filiados, que juntos com a Federação, representam 200 mil empresas, as quais formam a base da economia do estado, gerando mais de 330 mil empregos formais. Isso significa 75% de todas as carteiras assinadas e do Produto Interno Bruto (PIB) norte-rio-grandendese.

AGORA RN: Dia 5 de janeiro foi publicada a Lei Complementar que normatiza a cobrança do ICMS sobre vendas e serviços ao consumidor final, localizado em estado diferente do estado fornecedor. Como a Fecomércio vê esta normatização? É boa para o RN?

 MARCELO QUEIROZ: Atualmente, há uma grande discussão jurídica sobre este tema, a qual esperamos que se encerre o quanto antes. Na nossa opinião essa normatização beneficia o estado. Não dar início a esta cobrança do Difal agora é, além de condenar o Rio Grande do Norte a perder algumas dezenas de milhares de reais, manter uma situação de desequilíbrio na competitividade das empresas locais, uma vez que grandes varejistas, de atuação nacional, já obtiveram liminares para não recolher a diferença de alíquota e, além do natural maior poder de compra, seguirão tendo sobre os pequenos e médios varejistas locais uma vantagem maior por não precisar recolher a Difal. Fica impossível competir com eles. O Estado do RN, portanto, perde duas vezes.

  AGORA RN: O Sr. acredita que a digitalização das empresas favorece novos mercados para este ano?

 MARCELO QUEIROZ: Hoje, todos, sem exceção, precisaram estar presentes no ambiente digital por uma questão de sobrevivência. Eu diria que o processo de transformação digital favorece diretamente a expansão dos canais de relacionamento e vendas com os clientes, bem como o aumento da eficiência e da competitividade. Esses são pontos essenciais para a ampliação da rede de clientes e fornecedores, algo que é tão importante em um momento de busca pela retomada das atividades como este que estamos vivendo.

 AGORA RN: Em novembro passado o PIX completou um ano. Pesquisa publicada pelo Sebrae aponta que 90% do comércio local usa este tipo de modalidade para pagamento. O Sr. acredita que o PIX facilitou os negócios sobretudo dos pequenos comerciantes?

 MARCELO QUEIROZ: Certamente. Quando anunciado pelo Banco Central o uso do PIX, percebemos um receio do consumidor quanto à segurança da alternativa de transação financeira. Porém, com a utilização do mecanismo na rotina dos estabelecimentos, junto com propagação da informação correta sobre a ferramenta, o PIX caiu no gosto do brasileiro e do potiguar, facilitando a transferência de recursos de uma forma mais simples, permitindo inclusive a oferta de descontos para quem opta por esta modalidade de pagamento, por exemplo.

AGORA RN: Fale sobre a rede Del Turismo e qual importância para o RN?

 MARCELO QUEIROZ: O Programa DEL Turismo é um desdobramento do Projeto Verena, a partir de uma parceria com o governo alemão da Renânia Palatinado. Ele foi implantado no Rio Grande do Norte pelo Sistema Fecomércio RN, por meio do Senac, desde 2019. Hoje, está presente nos municípios de São Miguel do Gostoso, Tibau do Sul, Parnamirim, Tibau, na região da Costa Branca, Galinhos. Através de iniciativas e metodologias implantadas, essas cidades têm sido reconhecidas, inclusive com premiações internacionais, dando visibilidade para esses destinos. A governança trazida pelas ações do programa tem tornado o turismo cada vez mais forte e permitido um planejamento estruturado, envolvendo todos os atores da cadeia. Para se ter uma ideia da dimensão desse trabalho, em dezembro, a partir dos resultados diferenciados obtidos no Rio Grande do Norte, fizemos a assinatura do Termo de Cooperação com as entidades internacionais Instituto Educacional da Economia Baviera (BBW), Ministério para a Cooperação e o Desenvolvimento da República Federal da Alemanha (BMZ) e a Fundação para o Desenvolvimento Econômico e Qualificação Profissional (SEQUA), para adesão ao programa Rede DEL Turismo Nacional, iniciativa que unirá os estados do Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais e Acre. Os estados das cinco regiões do Brasil irão desenvolver projetos com foco na promoção do turismo sustentável, fortalecendo a economia local dos estados e municípios, por meio da cooperação entre poder público, trade turístico local e sociedade civil, de acordo com suas particularidades. Reforçando nossa parceria com o governo alemão da Baviera, os municípios atendidos pelo DEL Turismo terão uma visão mais aprofundada para a atividade turística da cidade, trazendo mais informações, boas práticas, principalmente no contexto pós-pandemia e sustentável.

AGORA RN