Pré-natal é essencial em tempos de pandemia
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Os atendimentos de consulta
pré-natal diminuíram 64% no Brasil no ano passado em comparação com
2019, conforme dados divulgados pelo Ministério da Saúde. Com a disseminação da
pandemia da Covid-19 no país, as gestantes reduziram o acompanhamento médico, o
que preocupa os profissionais da área de obstetrícia.
É durante o pré-natal que são avaliadas as condições de
saúde da mãe e do bebê. Ao longo da gestação são realizados exames para
identificar e tratar doenças que possam prejudicar o desenvolvimento da criança
ou colocar a gestante em risco. A orientação da Federação Brasileira das
Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) é para que sejam
realizadas, no mínimo, seis consultas.
No entanto, com a pandemia da Covid-19, as gestantes
diminuíram o número desses atendimentos, como mostra o levantamento do
Ministério da Saúde. A principal justificativa é o medo de contrair a doença, já
que mulheres grávidas são consideradas do grupo de risco.
Alerta sobre os cuidados
O nascimento prematuro é a principal causa de morte
entre crianças com até cinco anos, segundo informação da Organização Mundial da
Saúde (OMS). Este é um dos motivos para que as autoridades de saúde reforcem
que o pré-natal deve ser mantido normalmente mesmo em meio à pandemia.
Para que o acompanhamento médico seja realizado com
segurança, é necessário manter as medidas de prevenção à Covid-19, tais como o
uso de máscara, a higienização das mãos e o distanciamento social. O Ministério
da Saúde também destaca a importância de as mulheres grávidas comparecerem aos
postos de vacinação para serem imunizadas.
A contaminação pela Covid-19 pode provocar complicações
de saúde na gestante, como informa a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
Por isso, todos os cuidados devem ser redobrados neste momento, sem
negligenciar o monitoramento necessário para uma gravidez tranquila e saudável.
Como é a rotina do pré-natal
As autoridades de saúde orientam que a mulher procure o
obstetra assim que tiver a confirmação da gravidez. No primeiro trimestre são
solicitados exames de sangue, urina e fezes.
Nesse momento são avaliadas as condições de saúde da
mãe e rastreadas possíveis infecções que possam interferir na gestação. Também
é realizado no primeiro trimestre o ultrassom morfológico, responsável por
mapear os riscos das principais síndromes genéticas no bebê.
No segundo trimestre, o obstetra solicita uma análise
da glicemia no sangue para identificar a possibilidade de diabetes gestacional.
Também é feito o segundo ultrassom morfológico do bebê, que possibilita
identificar má-formações, como anomalias congênitas cardíacas. Neste período já
é possível saber o sexo da criança.
No último trimestre da gravidez são repetidas as
sorologias de HIV, sífilis, hepatites e toxoplasmose. É feito, ainda, o “exame
do cotonete”, que pesquisa a presença da bactéria estreptococo. O
ecocardiograma fetal e o exame obstétrico para avaliar o desenvolvimento do
bebê também são feitos na reta final da gestação.
Todos esses exames permitem que o obstetra faça um acompanhamento direcionado para a mãe e o bebê, dando a orientação e os cuidados necessários de acordo com as condições de saúde e as particularidades que possam ser apresentadas.