Problemas na Saúde e no Transporte pautam horário dos deputados


Durante a Sessão Ordinária desta quarta-feira (8), no horário destinado aos deputados, foram abordados assuntos, como as sequelas enfrentadas pelos pacientes que tiveram Covid-19, a situação das UTIs gerais do Estado e a questão dos transportes públicos em Natal. 

Primeiro a discursar, Vivaldo Costa (PSD) chamou a atenção para a necessidade de acompanhamento médico das pessoas que recebem alta hospitalar, mas permanecem com sequelas relativas à Covid-19. 

“Eu quero fazer um alerta a todos aqui hoje: no Estado de São Paulo, um trabalho da USP em parceria com hospitais, concluiu que 60% das pessoas acometidas pela Covid-19 ficam com sequelas, principalmente pulmonares. Mas o mesmo estudo mostrou que, se elas forem atendidas adequadamente, poderão ficar totalmente curadas”, destacou. 

Segundo Vivaldo, aqui no Rio Grande do Norte isso também acontece muito. 

“Depois de curadas, as pessoas apresentam sintomatologia pulmonar, cardiológica, hipertensão, taquicardia, nervosismo, insônia e outros problemas da área psíquica. Então, esses pacientes precisam ser acompanhados pelos médicos das unidades básicas de saúde e, caso seja necessário, encaminhados para profissionais especializados”, acrescentou. 

Concluindo, o deputado disse que deu entrada hoje num requerimento, o qual foi encaminhado à Secretaria de Saúde, para que haja um trabalho conjunto com todas as secretarias municipais. 

“Temos o Programa Saúde da Família, que é excelente e funciona muito bem. Se todos os órgãos se unirem, sem dúvida poderão fazer um grande programa para atender essas pessoas acometidas por sequelas da Covid”, finalizou Vivaldo. 

Em seguida, Dr. Bernardo (MDB) externou sua preocupação com relação aos leitos de UTI das unidades de saúde do Estado. “Hoje eu vou me somar ao deputado Nelter Queiroz para falar da situação dos leitos de UTI do Rio Grande do Norte. Eu enviei requerimento ao Governo do Estado, pedindo que informe quantos leitos de Covid foram transformados em leitos de UTI geral. Para quem não sabe, um dos parlamentares que foram contra o hospital de campanha fui eu, porque eu defendia a criação de estruturas nos hospitais públicos já existentes, e até nos privados, principalmente os sem fins lucrativos, para que ficasse um legado da pandemia, com a transformação dos leitos de UTI Covid em leitos de UTI geral”, explicou. 

Segundo o parlamentar, essa transformação de leitos ocorreu no Hospital Tarcísio Maia, em Mossoró, mas não ocorreu em Pau dos Ferros e Apodi, por exemplo. 

“O fato é que ainda existe um déficit grande em leitos de UTI no RN. No próprio Tarcísio Maia, a gente ouve diariamente relatos de familiares que precisam desses leitos e não conseguem. Então, eu faço esse apelo ao governo estadual, para que busque uma solução imediata, a fim de que possamos sair dessa situação gravíssima em relação aos leitos de UTI no Estado”, pleiteou Dr. Bernardo. 


Outro tema levantado pelo deputado foi a questão da escala médica do Hospital Regional de Apodi. 


“Outro dia eu testemunhei um acidente na BR-405, com um carro e uma moto, e prestei socorro aos cinco pacientes. Chegando no hospital de Apodi, chamaram a ambulância do SAMU, mas não havia nenhum profissional médico nela. E no hospital, só fica um médico de plantão. A sorte foi que eu era médico e fiquei no lugar do plantonista para que ele acompanhasse o paciente na ambulância até o Tarcísio Maia. Ou seja, quando há uma ocorrência do SAMU, o hospital perde seu médico de plantão”, detalhou. 

Ao final, ele disse que fez o requerimento pedindo que a escala do Hospital Regional de Apodi possa contar com dois médicos no plantão, “para evitar esse e outros problemas”. 

Na sequência, Ubaldo Fernandes (PL) relatou a reunião que teve, no início da manhã, na STTU Natal (Secretaria de Transportes Urbanos), acompanhado de lideranças comunitárias, “para levar o descontentamento e a indignação da população com os transportes coletivos”. 

“As empresas não têm tido zelo, compromisso nem respeito pelos usuários da cidade de Natal, e nós fomos cobrar do secretário Paulo de Medeiros, o qual infelizmente está refém do sistema de transporte da cidade. Está tudo um caos: linhas retiradas sem aviso prévio, extinção de terminais de ônibus, veículos sucateados e superlotados, suspensão do translado em determinados horários”, criticou. 

Para o deputado, esse é o maior problema do governo Álvaro Dias. “Mas isso não veio a partir da gestão dele. É um problema existente desde as gestões anteriores, mas que ninguém toma providências. A classe trabalhadora precisa sair de casa logo cedo para ir à luta e é desrespeitada. As pessoas chegam nas paradas, o ônibus não passa, não tem mais, mudou a rota, demora 1 hora para passar, enfim, são vários os problemas. E a situação está no limite. Ninguém aguenta mais. Se não for feito algo, acredito que a população vai acabar indo às ruas novamente”, finalizou. 

Último a se pronunciar no horário, o deputado Coronel Azevedo (PSC) deu continuidade ao seu discurso a respeito de liberdade, iniciado no horário de líderes. 

“O que está acontecendo no Brasil é muito grave. Foi aberto no STF o chamado ‘inquérito das fake news’, que pretende criar um novo crime no País. Mas o Congresso Nacional é o responsável por definir isso. Não existe esse crime das fake news. O que existe é calúnia, difamação e injúria”, disse. 

“A Procuradora-geral da República, Raquel Dodge, já fez o pedido de arquivamento desse inquérito, por ele ser ilegal. Quem julga não pode investigar, então o processo está contaminado. E tudo isso com base no Regimento Interno do próprio STF. Então é preciso que a sociedade acorde. A Associação Brasileira de Imprensa, que tanto fez no passado, parece que agora está silenciosa. Cadê a OAB também?”, indagou. 

Por fim, o deputado falou das manifestações de apoio ao Presidente Jair Bolsonaro, no 7 de Setembro.