Mãe é presa por torturar o filho de 6 anos: “Quase matei ele”

 


Nesta quarta-feira (18), a polícia do Rio Grande do Sul prendeu uma mulher de 28 anos por suspeita de dopar e de torturar o filho de seis anos de idade. O caso aconteceu na cidade de Canoas. A informação foi dada pelo portal Uol.

De acordo com a Polícia Civil, a mulher chegava a amarrar a filho à cama e castigou-o usando fogo. As investigações apontaram que o menino era submetido aos “castigos” há pelo menos três meses.

Além da mulher, o namorado da suspeita, de 24 anos de idade, foi preso na cidade de Campo Bom. Ambos foram detidos pelo crime de tortura e por agressão.

A polícia chegou aos dois após um alerta do Conselho Tutelar de Canoas, que recebeu uma denúncia anônima sobre a situação.

Conversas entre o homem e a mulher foram usadas como provas no pedido de prisão preventiva de ambos. Os investigadores também encontraram imagens que mostravam o menino preso à cama.

Um dos diálogos, datado do dia 16 de julho, traz os dois conversando sobre um encontro. A mãe chegou a dizer que quase matou a criança e afirmou que iria dopá-lo.

– Eu quase matei ele agora. Eu tenho muita força quando eu fico com raiva. Vamos sair hoje e vou deixar ele amarrado até a boca pra aprender. Larga cedo, tá, amor? Vou dopar ele daqui a pouco. Dar meio vidro de remédio para dormir. Se não mudar agora, vou abandonar em algum lugar por aí – escreveu a mulher.

Em outra conversa divulgada pela polícia, a mãe fala sobre um plano para abandonar a criança em algum hospital.

– Tenho um plano já. Vou levar ele ao hospital e vou dizer que está mal, com febre, diarreia e vômito. Aí ele vai ficar para fazer soro. Vou dizer que vou à rua comprar algo para comer e vou abandonar. No hospital, eles não pedem muita coisa. Vou dar outro nome e já era – afirmou.

Ao ser alertada pelo homem da existência de câmeras, a mulher não mostrou preocupação.

– Azar. Eu não tenho medo de nada. Levo numa UPA, então – completou.

A criança foi retirada da guarda da mãe na semana passada e está sob o cuidado de parentes. Em depoimento, o menino confirmou que ficou amarrado à cama por várias horas e que chegou a ter as mãos queimadas com fogo.

Ao portal Uol, o delegado Mário Souza, responsável pelas investigações, afirmou que, se a polícia não tivesse agido, a criança poderia ter morrido. Ele também disse que as investigações apontam que a motivação da mãe era poder ficar sozinha com o namorado.

– Era uma situação terrível. Se não tivéssemos agido logo, com certeza a criança morreria. Era uma morte desenhada e possivelmente aconteceria uma tragédia […] A mãe não disse a motivação, mas tudo leva a crer que gostaria de afastar a criança do convívio do casal – destacou.