Antigo Armazém Real da Capitania do Rio Grande é inaugurado

 


Um dos imóveis mais antigos da história da fundação de Natal, o Armazém Real da Capitania do Rio Grande foi inaugurado nesta segunda-feira (12) após reforma realizada pela direção local do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. A solenidade de entrega contou com a presença do ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, e representantes municipais e estaduais. 

Construído ainda no período Colonial, o prédio já foi residência para o Padre João Maria no século XIX e até 2010 era a sede administrativa do IPHAN). A obra foi realizada com recursos federais do PAC Cidades Históricas, em torno de R$ 420 mil, tocadas pela superintendência regional do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), restaurou a edificação com as adequações das normas de acessibilidade, sem descaracterizar a arquitetura histórica. O prédio faz parte do conjunto arquitetônico do Centro Histórico de Natal, alvo de investimentos da atual gestão da Prefeitura.  

O ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, assegurou que o governo federal trabalha incansavelmente para entregar à população brasileira fortes, museus, teatros, igrejas, bens que resgatam a cultura de um povo, beneficiando o turismo que foi uma das categorias mais afetadas com a pandemia. “Temos o melhor turismo de belezas naturais, um país sem guerra ou furacão, e queremos resgatar nossa cultura para que seja explorado o ano todo. Essas restaurações geram emprego e renda durante a construção e principalmente após a sua inauguração. Somos um governo que apoia a cultura mesmo na pandemia. Aqui no RN, são mais de R$ 15 milhões de investimentos, dentre estes mais de R$ 10 milhões estão sendo gastos em 14 praças históricas de Natal e na restauração do Forte dos Reis Magos”, garante. 

O Centro de Referência do patrimônio imaterial, que será aberto à visitação pós-pandemia, irá abrigar os registros da literatura do cordel, do teatro de bonecos popular do Nordeste, da roda de capoeira e da festa de Sant’Ana de Caicó, bem como, em breve, manifestações do repente e das matrizes do forró. As associações e colaboradores terão espaço para produzir seus trabalhos, como também vender seus produtos. Além disso, parte das atividades da Casa será destinada à expografia. 

O secretário municipal de governo, Johan Xavier, representou o prefeito Álvaro Dias e afirmou ser a Casa um importante equipamento de conservação e preservação histórica de Natal. “Inaugurar a restauração do Antigo Armazém Real da Capitania que serviu de casa para o Padre João Maria é oferecer ao povo de Natal e aos turistas que nos visitam uma parte da nossa história, da nossa cultura e das identidades culturais de nossa população ao longo do tempo”, disse. 

Para Larissa Peixoto, presidente do Iphan, esta Casa que está localizada num dos logradouros mais antigos de Natal, reforça nosso compromisso do governo federal com o patrimônio histórico, devolvendo à sociedade um patrimônio que é da sociedade. “Preservamos a arquitetura colonial, a alvenaria de tijolo maciço, o forro de madeira e a parede de pedra. Expressões, manifestações e festejos estarão presentes nesta Casa”, garantiu  

Histórico 

Entre os séculos 17 e 18, os armazéns reais serviam como depósito para armas, munições, fardamento, ferramentas, alimentos, equipamentos náuticos e outras mercadorias utilizadas geralmente pelas forças militares da Coroa Portuguesa ou repartições civis que existiam nas sedes das capitanias e/ou em povoações estrategicamente localizadas no interior ou no litoral do Brasil. 

Construído em meados de 1752, em estilo colonial, a restauração da ex-sede do Iphan/RN preservou a parede de pedra, da construção original, mantendo as características construtivas da edificação e suas divisões internas preservadas. Em 1987, passou a ser a sede do Iphan, que lá funcionou até 2012. O imóvel está localizado na rua da Conceição, 603, no bairro da Cidade Alta.