Expulso do DEM, Rodrigo Maia oferece ajuda a Lula nas eleições de 2022

 


O Democratas decidiu, na noite desta segunda-feira (14), pela expulsão do deputado federal Rodrigo Maia (sem partido - RJ) dos quadros do partido. 

Ex-presidente da Câmara dos Deputados entre 2016 a 2021, Maia havia sinalizado um rompimento com a legenda desde o início do ano, quando viu o candidato que lançou para sucessão ser preterido por Arthur Lira (PP - AL). Lira foi eleito com ampla margem para o comando da Casa.

Em uma nota publicada nas redes sociais, a sigla indicou que houve entendimento de que Maia cometeu infração disciplinar passível de expulsão do cargo. Relatora do caso dentro do partido, a deputada federal Professora Dorinha Seabra Rezende (TO) deu parecer favorável à saída dele.

O atrito de Maia com a legenda ficou claro dias antes da eleição para a presidência da Câmara e do Senado, no início de fevereiro. Na ocasião, com o partido rachou entre o apoio a Lira ou a Baleia Rossi (MDB-SP), candidato então apoiado por Maia. Nas semanas seguintes as divergências cresceram de maneira intensa entre Maia e ACM Neto, ex-prefeito de Salvador e presidente nacional do Democratas.

Em entrevista ao jornal 'Valor Econômico', poucos dias após a eleição, Maia disse que "um antigo amigo entregou a cabeça numa bandeja ao Planalto", referindo-se às supostas negociações de ACM com Bolsonaro. O ex-presidente da Câmara também chamou o DEM de "extrema-direita"

Em seu Twitter, Maia chamou ACM de "desleal" e o comparou a Tomás de Torquemada, inquisidor espanhol do século XV cujo nome virou sinônimo de crueldade.

"Não só por isso, mas também pela sua deslealdade e falta de caráter, pedi a minha desfiliação. O partido diminuiu. Virou moeda de troca junto ao governo Bolsonaro", escreveu o deputado. "Agora é virar a página e juntar forças para um projeto de desenvolvimento do Brasil e em prol dos brasileiros."

O destino do parlamentar fluminense deverá ser o PSD, legenda comandada por Gilberto Kassab e que já conta com Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro, como um de seus recentes filiados. Paes, assim como Maia, saiu do Democratas por discordâncias quanto às atuações da legenda.