A condenação de Luiz Inácio Lula da Silva no caso do tríplex foi justa, e o ministro Edson Fachin (Supremo Tribunal Federal) agiu mal ao anular esta e outras sentenças contra o petista, tornando o ex-presidente elegível por ora.

Esta é a opinião da maioria dos brasileiros ouvidos pelo Datafolha nos dias 15 e 16 de março. Foram entrevistadas 2.023 pessoas, e a margem de erro é de dois pontos para mais ou menos.

Para 57%, a condenação dada pelo então juiz Sergio Moro a Lula, na Operação Lava Jato, foi justa. Moro o sentenciou a 9 anos e 6 meses de cadeia, pena revisada na segunda instância para 12 anos e 1 mês, e reduzida a 8 anos e 10 meses ao ser confirmada pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça).

O petista ficou 580 dias preso, sendo solto no fim de 2019 quando o Supremo mudou o entendimento sobre execução de penas a partir da condenação em segunda instância.

Acham que a decisão foi injusta 38%, e 5% não souberam opinar. Em abril de 2018, o Datafolha havia feito a mesma questão, com resultados semelhantes: 54% viram justiça, 40%, injustiça, e 6% disseram não saber.

No dia 9 de março, Fachin lançou uma bomba no cenário político brasileiro ao mudar seu entendimento acerca da competência da Vara do hoje ex-juiz e ex-ministro Moro em Curitiba. As decisões da Lava Jato sobre Lula foram anuladas e os processos, transferidos para outros foros.

Isso ainda será apreciado pelo plenário do STF, mas na prática Lula recuperou seus direitos políticos, podendo ser candidato a presidente em 2022.

Fachin agiu mal para 51% dos ouvidos pelo Datafolha, enquanto 42% acreditam que fez o certo. Não souberam responder 6%.

Em relação ao efeito principal da decisão do ministro, a eligibilidade neste momento de Lula, há divisão entre os brasileiros, dentro do limite da margem de erro da pesquisas. Não querem que ele concorra 51%, enquanto 47% querem.

Defendem mais que o ex-presidente dispute o pleito de 2022 nordestinos (63%), os mais pobres (quem ganha até 2 salários minímos, 57%) e menos instruídos (com até o fundamental, 60%).

Também são mais incisivos ao dizer que Fachin agiu bem os mais pobres (50%), com menos instrução (52%), desempregados (54%) e nordestinos (60%).

Com informações da Folha