Sem venda de bebida alcoólica, bares de Natal reabrem com música ao vivo e regras de distanciamento
Com pouco movimento, bares de Natal reabrem sem venda de bebida alcoólica e com música ao vivo — Foto: Sérgio Henrique Santos
Em um "novo normal", as noites de sexta-feira de Natal, começam a receber, aos poucos, seus frequentadores. Os jovens são maioria. No primeiro fim de semana após a autorização da prefeitura para reabertura dos bares na pandemia do novo coronavírus, o que mais chama a atenção é não haver consumo de bebida alcoólica nos estabelecimentos. Também é preciso seguir regras de higiene e distanciamento.
A cerveja na mesa é sem álcool. E alguns clientes acabam preferindo um suco de laranja. O cliente Naldo Fernandes, por exemplo, afirma que resolveu sair de casa porque já não aguentava mais e quis prestigiar as pessoas que estão trabalhando.
"Eu sabia que o movimento ia ser fraco, mas vim para prestigiar esse pessoal que trabalha muito, merece essa retomada", afirmou.
O distanciamento é uma regra do decreto que permitiu a reabertura. Em cada mesa, no máximo quatro pessoas. Entre as mesas também é preciso manter distanciamento de pelo menos dois metros. Em um estabelecimento visitado pela reportagem, para entrar, o cliente higieniza o calçado, enxuga, passa álcool-gel nas mãos e mede a temperatura, para poder entrar.
Máscaras são obrigatórias e só podem ser tiradas na hora de comer. Os funcionários preparam as bebidas e comidas usando luvas. No palco, um cantor e um músico são permitidos e sem interação com o público. O baterista usou máscara o tempo todo.
Nas mesas, o cardápio era virtual. A cada saída de cliente, o garçom limpa a mesa com uma solução bactericida e álcool-gel. Nesta sexta, o bar foi fiscalizado pelo Procon e pela Polícia Militar. Numa noite de sexta normal, o estabelecimento receberia de 1.200 a 1.300 pessoas. Nesta sexta, havia 100 reservas.
Segundo o gerente, David En, foram tomados cuidados para adequação ao decreto municipal, limitando a quantidade de mesas, distanciamento, reforço na higiene. "Estávamos ansiosos para voltar porque foi muito duro e difícil passar quatro meses sem trabalhar e arcar com as despesas e pagar funcionários". Para ele, aos poucos, a vida deverá voltar ao normal.
Em uma rua cheia de barzinhos no bairro Ponta Negra, na Zona Sul de Natal, a maioria dos estabelecimentos segue com portas fechadas, ou trabalhando apenas com serviço de entrega. Quem abriu teve que oferecer um serviço como de restaurante ao ar livre, com opção de música para animar o ambiente.
O cantor Kaio Fernandes passou meses sem trabalhar, realizando apenas apresentações transmitidas pelas internet. Ele afirmou que estava feliz por voltar ao palco. "Estou emocionado em voltar. Passei quatro meses praticamente parado. Fico feliz de voltar à vida noturna da cidade", disse.
G1 RN