Idosa de 98 anos consegue se curar da covid-19 e recebe alta
Na primeira semana de julho, os familiares de Carmélia Maria Calegari, de 98 anos, receberam a notícia mais esperada: a nonagenária, e matriarca da família, recebeu alta após se recuperar da covid-19, depois de 24 dias no hospital.
Carmélia deu entrada no Santa Genoveva Complexo Hospitalar, em Uberlândia, Minas Gerais, no dia 13 de junho.
Ela apresentava sintomas como falta de ar e saturação baixa, que comumente estão relacionados à doença. A idosa foi o único caso da família cujo teste para detectar a covid-19 deu positivo.
"Todos nós da família estamos tomando os cuidados necessários desde o início da pandemia. Por isso, quando ela se queixou da dificuldade para respirar, logo nos apavoramos e corremos para o hospital. Lá, ela foi muito bem atendida, a equipe médica sempre foi muito atenciosa e nos informava de tudo o que estava acontecendo", diz Thassyane, neta de Carmélia.
Evolução surpreendeu equipe
Apesar da idade avançada, a idosa não tinha problemas de saúde. Por conta da idade, Carmélia ficou na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Tiago Ferolla, médico geriatra responsável por acompanhar a paciente, conta que a evolução de Carmélia surpreendeu toda a equipe.
"Normalmente, a covid-19, nos idosos, tem tendência de ser mais grave e com acometimento pulmonar maior, o que pode gerar mais tempo em UTIs. Aqui no Santa Genoveva, os idosos são a maior parte dos casos de internação, tanto em UTI, quanto na enfermaria', diz ele.
"Por se tratar de uma paciente nonagenária, Carmélia demandou cuidados especiais com fisioterapeutas e medicamentos adequados. Isso foi importante para evitar outras comorbidades que poderiam prejudicar ainda mais a saúde dela, como uma pneumonia bacteriana e aumento de pressão arterial", explica o médico.
O profissional adverte que os primeiros 30 dias depois da alta hospitalar necessitam de acompanhamento rigoroso.
"Os idosos, principalmente os nonagenários, têm risco de complicações até mesmo após a alta. As complicações infecciosas podem vir a acometer um pulmão que já ficou muito tempo inflamado pela infecção da covid-19", lembra Tiago.
R7