População quebra isolamento social e se aglomera no Alecrim
Pessoas circulam sem proteção, neste sábado (25), no Alecrim | Foto: Ney Douglas
O Alecrim, maior centro de comércio popular de Natal, registrou, neste sábado (25), um grande número de pessoas circulando sem qualquer tipo de proteção. Diante da pandemia do novo coronavírus, a recomendação das autoridades de Saúde é para que sejam evitadas aglomerações e seja cumprido o isolamento social. No Rio Grande do Norte, de acordo com os dados divulgados, neste sábado, pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), o número de casos confirmados da Covid-19 já chegou em 781. Em uma semana, esse número cresceu 51,3%, já que no sábado anterior, dia 18 de abril, o estado contabilizava 516 pessoas infectadas. O número de óbitos também aumentou: já são 40 mortes provocadas pela doença no estado, 16 a mais que no último sábado. Ou seja, ocorreu um crescimento de 66,6% no número de óbitos.
Recentemente, a Associação dos Empresários do Alecrim (AEBA) suspendeu a orientação que vinha sendo dada aos lojistas do maior centro comercial da capital de manter as lojas abertas mesmo durante a pandemia. Em nota enviada aos empresários, o presidente da AEBA, Pedro Campos de Azevedo, destacou: “Manter as lojas abertas, mesmo que seja por tempo reduzido, é um risco para todos. Sei que muitas lojas no Alecrim atendem vários segmentos, inclusive aqueles que não podem parar. Infelizmente, nem todas as empresas têm condições de se adequar a essas medidas protetivas, motivo pelo qual a AEBA não pode mais continuar com a mesma orientação. Agora é hora de cada lojista fazer a avaliação e buscar alternativas para manter a empresa atuando no mercado, principalmente estimulando as vendas não presenciais, pois a cada dia será maior o número de pessoas que permanecerão em suas casas”, disse Pedro.
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Na última quinta-feira (23), o Governo do Estado publicou um novo decreto com medidas restritivas para o enfrentamento do novo coronavírus (Covid-19) a serem adotadas no âmbito do RN. De acordo com o novo documento, o período de isolamento social foi prorrogado até o dia 5 de maio e, cedendo às pressões do setor produtivo e compreendendo a necessidade de funcionamento dos serviços essenciais, ampliou o leque de serviços autorizados a funcionar de acordo com as regras de vigilância sanitária. O Executivo explicou que, para editar o novo decreto, foram seguidas as recomendações de especialistas do mundo inteiro e do corpo de técnicos do RN, que falam sobre a necessidade de permanência do isolamento social.
Neste sábado (25), durante coletiva de imprensa, o secretário-adjunto de Saúde, médico Petrônio Spinelli, chamou novamente a atenção para a importância do isolamento social e avaliou o momento como "delicado, porque os números crescem com gravidade e trazem a preocupação com a ocupação, por casos graves, de 41,5% dos leitos disponíveis”. Petrônio explicou que tudo o que está sendo feito pelo Governo e pelas equipes médicas nas unidades de saúde e hospitais fica neutralizado se o comportamento social não obedecer as regras de proteção. "A ocupação dos leitos hoje mostra isso. E já constatamos um tensionamento nas UPAs, pronto-socorros e hospitais. É preciso repetir: há forte necessidade da população manter o isolamento social".
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Spinelli atribui o aumento dos casos à saída às ruas e a permanência das pessoas em filas, sem a devida proteção, para receber a ajuda de R$ 600,00 do Governo Federal e resolver problemas bancários. "Toda vez que há aumento de aglomerações, o impacto acontece 10 a 14 dias depois. A previsão é que os próximos dias serão dramáticos, pois vão refletir a saída das pessoas às ruas nos dias passados", explica. Sobre a descrição para serviços e atividades funcionarem, contidas no novo decreto estadual, Spinelli disse que não são medidas para as pessoas irem às ruas, mas para dar condições de melhor abastecimento e atendimento às necessidades essenciais, e permitir o isolamento. "Até agora o isolamento não alcançou o nível que precisamos. Talvez os próximos dias exijam medidas mais drásticas. A evolução das ocorrências vai dizer".
No Brasil, já são mais de 58 mil pessoas infectadas pela Covid-19 e o número de vítimas fatais chegou, neste sábado (25), a 4.016.
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