Sérgio Cabral acumula 216 anos de prisão



O ex-governador Sérgio Cabral foi condenado nesta terça-feira, 30, pela 10ª vez. Com a nova sentença, que foi expedida pelo juiz Marcelo Bretas, titular da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, Cabral acumula 216 anos e seis meses de prisão.
A nova sentença, que impõe 18 anos de reclusão e se refere à Operação Ratatouille, um desdobramento da Lava Jato no Rio, ocorre em função de contratos firmados e, possivelmente, fraudados com empresas que fornecem alimentos para escolas da rede estadual e para detentos do sistema carcerário do Rio de Janeiro.
O Ministério Público Federal (MPF) acusa Sérgio Cabral de ter liderado uma organização criminosa que recebeu propina de R$ 16,7 milhões de empresas do ramo da alimentação que teriam o envolvimento do empresário Marco Antônio de Luca, condenado a 32 anos de prisão. Ainda de acordo com a acusação, tais recursos teriam sido pagos pelas empresas Masan e Milano.
Em sua decisão, o juiz Marcelo Bretas ressaltou que, “quanto aos motivos que levaram [Cabral] à prática criminosa, se se pensar que a corrupção é crime formal, a obtenção de dinheiro ilícito, em grande escala, pode não ser elementar do crime. De qualquer forma, nada mais repugnante do que a ambição desmedida de um agente público que, tendo a responsabilidade de gerir o atendimento das necessidades básicas de milhões de cidadãos do Estado do Rio, opta por exigir vantagens ilícitas a empresas. As circunstâncias em que se deram as práticas corruptas, além das altas cifras envolvidas, por vezes, são perturbadoras e revelam desprezo pelas instituições públicas”.