“Parnamirim vai sair mais forte da crise”, avalia presidente da CDL
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Parnamirim, Bira Marques, avalia que a cidade metropolitana deve sair “maior” da crise que assola o Brasil há alguns anos. Segundo Bira, Parnamirim foi uma das cidades brasileiras que teve a sorte de pouco sentir as sequelas do período de recessão. A esperança dos comerciantes, em sua opinião, jaz na aprovação da reforma da Previdência em Brasília.
Bira Marques concedeu entrevista ao Agora Parnamirim e, além da crise, discutiu os pontos fortes e fracos da economia local; a violência nos centros comerciais da cidade; parcerias com o Estado e pedidos feitos ao Executivo Municipal no intuito de melhorar cada vez mais o mercado parnamirinense e alavancar a economia da cidade.
Confira ao lado e abaixo a íntegra da conversa:
AGORA PARNAMIRIM – Como terceira maior cidade do Rio Grande do Norte, como Parnamirim reagiu à crise econômica que assolou o Brasil nos últimos anos?
BIRA MARQUES – Parnamirim é uma cidade que tem suas crises, assim como qualquer outra no Brasil inteiro, mas aqui eu posso dizer que os efeitos da crise são mais amenos. Nós, como comerciantes, não tivemos uma sensação muito forte. Parnamirim é uma cidade que praticamente tem vida própria pela quantidade da população. Tem suas dificuldades, é claro, mas é uma cidade que tem essa diferenciação.
AGORA – Já que Parnamirim tem se mostrado forte diante da crise, o que se pode esperar para o comércio da cidade neste segundo semestre de 2019?
BM – Existem algumas expectativas. Só que elas passam por uma questão econômica-política do Governo Federal. Estamos à espera da resolução da reforma da Previdência. Vejo que ela precisa ser feita. Só assim poderemos dar aquela alavancada. Se a reforma passar, acho que vamos conseguir galgar passos maiores mais adiante. Com isso, naturalmente, o segundo semestre deverá ser melhor.
AGORA – O que mais tem movido atualmente a economia da cidade?
BM – O forte de Parnamirim hoje é o comércio. Ele tem sido o baluarte da economia e do serviço da cidade.
AGORA – E o que poderia ser descrito como um ponto fraco de Parnamirim?
BM – Uma das áreas que Parnamirim tem sentido bastante é a turística. Este é um problema do Rio Grande do Norte inteiro, não apenas de Parnamirim. Só que, como a cidade tem grandes pontos turísticos e belas praias, temos essa preocupação. Estamos trabalhando junto à Secretaria de Turismo e planejando algumas ações, especialmente na praia de Pirangi do Norte.
AGORA – Os moradores de Parnamirim ainda têm preferido fazer compras em Natal? Como isso afeta a economia da cidade?
BM – Temos tido um trabalho enorme para conscientizar os parnamirinenses de que é preciso se comprar onde se reside. Se você compra em Natal, você deixa o imposto lá, e não em Parnamirim. Nossa população precisa de médicos; de saneamento básico; de asfalto e de transporte público. Se o consumidor vai gastar em Natal, nós perdemos aqui. O imposto não fica em Parnamirim.
AGORA – O que a CDL tem feito para alertar a população sobre a necessidade de priorizar o comércio local?
BM – Há cerca de um ano, lançamos uma campanha chamada “Sou de Parnamirim, Compro Aqui” para quem é de Parnamirim, justamente com esse intuito de conscientizar. Desde então, temos fortalecido essa campanha, e avalio que temos obtido êxito com ela. Lógico que Natal, por ser próxima de Parnamirim, ainda tem alguma preferência. Outro fator que colabora para isso é que a oferta de empregos é maior na capital; mas aos poucos estamos mudando o pensamento das pessoas e do consumidor.
AGORA – O “Liquida Natal” também seria uma dessas campanhas?
BM – O “Liquida Natal” foi uma parceria que fizemos com a Câmara dos Lojistas da capital desde 2018. Foi uma campanha para explorar e disseminar o nosso comércio. Fizemos vídeos, cartazes, outdoors e busdoors, e entramos fundo na campanha. A mensagem do “Liquida” para Parnamirim foi que o comércio da cidade estava lá representado, portanto, as pessoas não precisariam sair da cidade para ir a Natal.
AGORA – Há previsão de que a CDL de Parnamirim retorne para a edição de 2019?
BM – Com certeza. Vamos estar mais uma vez no “Liquida”. Estamos conversando com o Poder Público para dar desenvolvimento a essa iniciativa.
AGORA – O senhor, em nome da CDL, se encontrou, recentemente, com alguns secretários de Parnamirim. O que foi debatido?
BM – Tive um almoço com representantes das secretarias de Administração, Segurança e de Obras. Tive a oportunidade de apresentar para eles alguns pleitos que acreditamos que possam favorecer o comércio.
AGORA – Sobre o que o senhor tratou com a Secretaria Municipal de Segurança, Defesa Social e Mobilidade Urbana (Sesdem)?
BM – Colocamos para eles nossas intenções com a questão do videomonitoramento. Fomos informados de que algumas câmeras já estão em processo de inauguração no próximo mês. Apresentamos a ideia de que os comerciantes disponibilizem ao Centro de Operações Integradas (COI) suas próprias câmeras que estão instaladas para auxiliar no monitoramento do comércio.
AGORA – E o que foi dito às secretarias de Administração e a de Obras?
BM: Discutimos a questão de mobilidade do Centro. Lá, há muitos comerciantes informais que estão atrapalhando a mobilidade da população ao colocar seus carrinhos em cima das calçadas. Não queremos que eles sejam retirados e fiquem sem vender, até porque isso não seria bom para a economia da cidade.
AGORA – E o que vocês defendem?
BM – O que queremos é que eles sejam realocados. Sugerimos, inclusive, que eles sejam remanejados para o largo da Prefeitura de Parnamirim. Acreditamos que lá há um bom espaço para esses comerciantes informais trabalharem. Além disso, fizemos requisições sobre poda de árvores e iluminação nos centros comerciais; pedimos, ainda, que o carro coletor de lixo não passasse em horário comercial, porque isso ainda ocorre e incomoda.
AGORA – E qual é o balanço que o senhor faz dessa reunião?
BM – Eles nos ouviram e acataram nossas propostas. Acredito que, em breve, elas deverão ser colocadas em prática.
Informações do portal AGORARN

