Mourão se reúne com Xi Jinping em Pequim
Em viagem à China para promover a integração econômica, comercial e tecnológica do país com o Brasil, o vice-presidente brasileiro, Hamilton Mourão, se encontrou com o presidente chinês, Xi Jinping, em Pequim, nesta sexta-feira, 24.
O encontro ocorreu no Grande Salão do Povo, sede do Poder Legislativo chinês, localizado na Praça Tiananmen.
Em discurso à TV estatal do país, ao lado de Mourão, Xi Jinping disse que Brasil e China devem enxergar um ao outro como uma oportunidade para o desenvolvimento e parcerias. O presidente chinês destacou que a relação entre os dois países atravessa um “momento crucial” e que há amplas perspectivas de cooperação entre ambos.
“Os dois lados devem continuar discutindo com firmeza as oportunidades e os parceiros um do outro para o seu próprio desenvolvimento, respeitando-se, confiando um no outro, apoiando-se mutuamente e construindo as relações China-Brasil como modelo de solidariedade e cooperação entre os países em desenvolvimento”, disse o presidente chinês, segundo noticiou a Reuters.
Xi também acolheu a participação do Brasil na iniciativa Um Cinturão, Uma rota, afirmando esperar que ambos alcancem benefícios mútuos. A integração do Brasil à iniciativa é um dos principais objetivos do vice-presidente brasileiro na viagem.
Mourão, por sua vez, disse que o governo de Jair Bolsonaro valoriza sua relação com Pequim e busca aprofundar a cooperação com a China.
Um dia antes de se reunir com Xi Jinping, Mourão se encontrou com seu homólogo chinês, Wang Qishan, para presidir a reunião da Comissão Sino-brasileira de Alto Nível de Concetração e Cooperação (Cosban) – principal mecanismo de coordenação da relação bilateral entre o Brasil e a China.
No encontro, Qishan destacou que a relação entre os países evoluiu e amadureceu continuamente desde que ambos estabeleceram relações diplomáticas, 45 anos atrás.
Ele afirmou que os países estão comprometidos com reformas estruturais e abertura e que a China está pronta para trabalhar com o Brasil na Cosban, para resistir à incerteza do ambiente externo e contribuir para a recuperação da economia global.
Mourão afirmou que Brasil e China respeitam um ao outro e compartilham uma profunda e tradicional amizade. O vice brasileiro disse que o novo governo vê com grande importância a parceria estratégica com a China e está disposto a fortalecer o diálogo e a cooperação entre os dois países, bem como promover a integração do Brasil à iniciativa chinesa Um Cinturão, Uma Rota.
Ao deixar o encontro, Mourão disse a jornalistas que o Brasil deve se manter pragmático na guerra comercial travada entre EUA e China para aproveitar eventuais oportunidades de negócios.
“Essa situação que nós estamos vivendo, a polarização entre China e Estados Unidos, o Brasil tem que ser pragmático e flexível. Temos que aproveitar o melhor disso aí”, disse o vice-presidente.
Em sua viagem, Mourão também participou de um simpósio do Conselho Empresarial Brasil-China, em Pequim, no qual afirmou que a demanda da China por alimentos provenientes do Brasil seguirá crescendo, mas que é preciso diversificar as exportações brasileiras ao país asiático, de forma a incluir produtos de maior valor agregado. Atualmente, o Brasil exporta, principalmente, soja, combustíveis e minérios de ferro e seus concentrados, itens usados como matérias-primas.
“A China continuará a crescer acima da média mundial e sua demanda por alimentos, por exemplo, deverá crescer de 11% a 13% até 2030. Iremos trabalhar para ampliar e diversificar as exportações brasileiras com maior valor agregado. Aumentar o volume e redirecionar os investimentos chineses para áreas de interesse do Brasil e aprofundar a cooperação em ciência, tecnologia e inovação”, disse Mourão no simpósio.

