Uso dos banheiros nas praias de Natal já começou a ser cobrado

O uso dos banheiros nas praias de Natal já começou a ser cobrado. Iniciou há duas semanas na praia de Ponta Negra. O serviço custa R$ 2 para usar os sanitários ou para liberar a água no chuveiro. Lá, em três blocos de banheiros e nas duchas abertas já é possível utilizar o sistema implantado pela empresa Montecom Segurança e Serviços Eireli, responsável pela exploração dos equipamentos.  Ao mesmo tempo em que a empresa iniciou o serviço cobrado, a Prefeitura tem atuado para que os quiosqueiros parem de oferecer banho aos clientes. A Secretaria de Serviços Urbanos diz que esse direito não consta na concessão dos quiosques e, por isso, estariam agindo de forma ilegal.

Para privatizar o uso de banheiros, a Prefeitura alegou que a depredação e roubo dos equipamentos que eram públicos, custava ao município tempo e dinheiro. Dessa forma, enviou à Câmara Municipal um projeto para terceirizar o serviço e ainda receber por isso. O projeto foi aprovado e o serviço foi licitado.

As máquinas instaladas nos banheiros aceitam apenas moedas douradas de um real, de 25 centavos ou as mais grossas de 50 centavos. As prateadas não são reconhecidas, nem as mais finas de 50 centavos, tampouco cédulas. Quem não tiver moeda é atendido por um funcionário da empresa que recebe em cédulas e passa um cartão próprio para liberar o serviço. Na tarde desta segunda-feira (10), o Portalnoar.com foi verificar como funciona o serviço.

Depois que a porta é liberada, cabe ao usuário fechá-la por dentro. Por fora, a máquina vai indicar com uma luz vermelha que o banheiro está ocupado, logo não poderá receber crédito de outro usuário para liberar a porta. O banheiro é mantido em ordem, limpo, com toneira funcionando na pia, papel toalha e papel higiênico disponíveis, sabão líquido, cesta de lixo. Para sair, é preciso apertar um botão que destrava a porta. Não é definido um limite de tempo para usar o sanitário.

Todas as orientações são descritas na porta em português e em inglês. Para o banho o procedimento é o mesmo com as moedas, ou em cédulas quando o funcionário libera a máquina com um cartão. Só assim a água vai será liberada por um certo tempo.  Durante a tarde de ontem, a empresa realizava um serviço de reforma em um dos blocos de duchas. Ela deverá manter os banheiros em ordem.

O funcionário da empresa informou que fica de prontidão até as 18h30min, mas por enquanto, só havia ele para auxiliar no serviço, estando os outros dois blocos de banheiros ao longo do calçadão já prontos para uso, mas sem a assistência permanente de um funcionário que pudesse passar o cartão quando o usuário não tivesse dois reais em moedas.

Quiosqueiros são impedidos de oferecer banho

Os donos de quiosques da praia reclamam que estão sendo impedidos de oferecer banho aos seus clientes (seja de cortesia ou cobrando por isso). Na semana passada, uma equipe da Secretaria de Serviços Urbanos (Semsur), chegou a ir até um dos quiosques e retirar um chuveiro que estava instalado. A medida gerou descontentamento dos trabalhadores dos quiosques, que gravaram a ação e postaram nas redes sociais. Confira no vídeo abaixo publicado e compartilhado nas redes sociais o momento em que foram retirar o chuveiro de uma das barracas:

De acordo com o vice-presidente da Associação dos Quiosqueiros da Praia de Ponta Negra, João Batista, alguns quiosques, como o dele, oferecem água para banho disponível como cortesia aos seus clientes. “Desde que trabalhamos aqui, oferecemos isso. Pagamos a conta de água, que não é barato, então não entendemos o porquê não podemos fazer isso”, questiona. Ele diz que a explicação dada é que na concessão dos quiosques não está incluído o serviço de banho. “Disseram que precisamos solicitar, mas já adiantaram que não vão conceder. Nós ainda continuamos oferecendo banho porque entramos com uma ação por meio da nossa assessoria jurídica”, explica o quiosqueiro.

A Semsur informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que a ação de retirar os chuveiros dos quiosques é apenas para manter a ordem e a legalidade do serviço. Disse ainda que a administração de banho e banheiros era do município mas havia depredação e roubo de equipamentos, fato que levou à aprovação da terceirização do serviço pela Câmara. Ainda segundo a Semsur, não cabe aos quiosqueiros oferecer serviço de banho porque não consta na concessão que lhes foi conferida. A assessoria informou ainda que sempre houve fiscalização para coibir essa prática, notificando os quiosqueiros de que se tratava de um serviço irregular.

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