GOIAMUM AUDIOVISUAL LEVA AS TELAS TEMÁTICAS ATUAIS E INCLUSÃO EM SUA 9ª EDIÇÃO
Do Brasil de 1964 na perspectiva de Leonel Brizola e Carlos Lacerda a uma mostra às escuras com audiodescrição. Da história de uma mulher negra em busca de sua ancestralidade à despedida de uma drag queen de seus velhos carnavais. Das memórias de um escritor caboverdiano exilado em Natal ao imigrante chinês que medita pelas ruas desertas de São Paulo. De uma aventura infantil pelo reino do sertão à viagem poética pelo mar da Redinha. Pautada nesta riqueza e diversidade temática, a 9ª edição do Goiamum Audiovisual chega em 2018 oferecendo aos mais diversos públicos a pluraridade cultural no olhar de novos e experientes realizadores de todo o Brasil. E aproxima o cinema da acessibilidade, revelando as muitas formas de ver um filme.
O Goiamum Audiovisual acontece entre os dias 6 e 10 de junho, no Solar Bela Vista, espaço cultural localizado na Av. Câmara Cascudo, Cidade Alta, centro de Natal-RN. Durante quatro dias, serão exibidas mais de 80 produções, entre ficção, documentários, séries, filmes de animação e experimentais, divididos em mostras temáticas, competitivas e pré-estreias.
As produções estarão distribuídas nos diversos ambientes do Solar: Sala fechada e climatizada para sessões especiais com audiodescrição, salas para filmes com classificações indicativas, auditório para seminário, telão nos jardins para filmes da mostra competitiva, além de tenda das crianças para exibição da Mostra Internacional de Animação, durante manhã e tarde, com o apoio de uma praça de alimentação. Também são destaques da programação dois grandes e importantes seminários, de Acessibilidade no Cinema e Seminário Boi de Prata, que recupera uma das grandes obras do cinema potiguar; e também debates, encontros de realizadores, oficinas e mostras especiais que traçam um panorama regional do que há de novo em séries, longas e curtas-metragens.
A abertura oficial do festival será no dia 6, às 19h, no Jardim do Solar Bela Vista, com a intervenção “De Olhos Bem Fechados” e entrada livre. Trata-se de uma exibição de curta-metragem utilizando recursos acessíveis onde o público vai vivenciar sua própria experiência audiovisual. Às 20h20, será o lançamento do curta “Arredia e Tão Só”, do diretor Augusto Luís. Realizado com recursos do Fundo Municipal de Cultura (FIC), o filme é um retrato poético da Redinha, na palavra dos poetas, pescadores e gente simples do lugar. Citando uma das passagens do filme, “o mar tem muitos caminhos e todos eles levam para onde se quer ir. O mar da Redinha parece um começo de viagem...”
A edição 2018 do Goiamum Audiovisual é realizada pela ONG Olhares e Casa de Produção, viabilizada com recursos da Secretaria do Audiovisual (SAV) do Ministério da Cultura/Governo Federal, através de edital para festivais de cinema, no qual obteve nota máxima. O festival tem direção geral de Keila Senna e consultoria do produtor William Hinestrosa. E parceria da FIERN/SESI.
PROGRAMA ACESSIBILIDADE
Fruto de muitos anos de caminhada, a Acessibilidade vem ganhando corpo e se consolidando, sobretudo, nos âmbitos da cultura e da educação. Foi com o intuito de fortalecer as conquistas, que destinou em sua programação, pela primeira vez, a realização do Seminário de Acessibilidade no Audiovisual, durante o dia 7 de junho. O seminário tem como propósito suscitar reflexões e promover sensibilização, considerando os marcos legais que disciplinam o audiovisual no Brasil, a exemplo das instruções normativas da ANCINE e da Lei Brasileira de Inclusão, que reconhecem a Acessibilidade como um dos elementos importantes para a constituição da obra audiovisual.
Sob a coordenação de Andreia Gurgel, o evento terá palestra e mesas com nomes do cenário nacional e representantes governamentais, para discutir recursos, iniciativas, pesquisas e políticas públicas para a acessibilidade no audiovisual.
PRÉ-ESTREIAS E UM CLÁSSICO
Além das novas produções que estarão nos programas Nacional e Estadual competitivos e no Panaorama Baiano, entre outras mostras inéditas, o Goiamum terá pré-estreias de dois filmes potiguares e um convidado nacional. São eles o “Arredia e Tão Só” (Augusto Luís, exibido no dia 6), “Enquanto o sol se põe”, da diretora Márcia Lohss (com estreia dia 9, às 20h), e “Tropykaos”, do diretor baiano Daniel Lisboa (exibido dia 8, às 20h).
Ao completar 40 anos de sua realização, o icônico longa-metragem potiguar “Boi de Prata”, do diretor Augusto Ribeiro Junior com fotografia de Walter Carvalho, será homenageado no “Seminário Boi de Prata- 40 anos pensando o Brasil a partir do sertão do RN”. Após o encontro, haverá exibição do raríssimo filme que nunca chegou as telas comerciais. O seminário terá falas da pesquisadora Flávia Assaf, que coordena o encontro e do diretor Augusto Luís Andrade Gomes, com mediação de Fábio De Silva.
ENCONTRO DE REALIZADORES
Como é tradição no Goiamum Audiovisual, o momento de articulação e política será tratado no Encontro dos Realizadores Potiguares, organizado pela ABDeC/RN (Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-metragistas), que contará com participação de Wiliam Hinestrosa (SP), Keila Sena (RN), das instituições públicas culturais, como Fundação Capitania das Artes, Fundação José Augusto, representantes da Ancine e SAV e entidades do audiovisual potiguar. Também vai estar acontecendo a Oficina “Cinema de Um Homem Só” ministrada pelo diretor Gustavo Spolidoro (RS).