Vigilantes de agências bancárias anunciam greve para esta segunda-feira (26)


Os vigilantes do Rio Grande do Norte iniciam greve por tempo indeterminado na próxima segunda-feira, 26 de fevereiro. A decisão foi tomada por duas assembleias históricas que lotaram o auditório do Sindicato dos Bancários do RN, que dará todo apoio às manifestações dos grevistas e ajudará a construir um movimento resistente e forte para barrar os ataques dos patrões.
Em campanha salarial desde o final de 2017, os vigilantes do RN pedem a manutenção das cláusulas existentes no ACT, inflação mais 3% de ganho real, aumento no vale-refeição de R$ 13 para R$ 17 e o pagamento integral do Plano de Saúde pela empresa.
Os patrões oferecem reajuste de 1,81% tanto no salário quanto no vale-refeição, a devolução de todos os dirigentes sindicais às empresas, suspensão do desconto sindical em folha e ainda pretende implantar todas as mudanças impostas pela Reforma Trabalhista. Isso irá significar um retrocesso sem tamanho, não só para os vigilantes, como para os trabalhadores em geral. Vejamos, a escala de trabalho que hoje é de 12/36 passaria a ser de 12/12, retirada do descanso semanal remunerado, implantação do trabalho intermitente, diminuição do horário de almoço de uma hora para 30 minutos (sendo apenas 15 deles remunerado, fim da hora noturna reduzida (perda de R$ 253), pagamento de feriados (R$ 183), fim do adicional noturno (R$ 53), fim do direito à reciclagem, fim do direito ao colete à prova de balas custeado pelas empresas, fim das homologações pelo sindicato, estas seriam feitas diretamente junto à empresa retirando dos trabalhadores todo poder de contestação das rescisões indevidas.
O ataque aos vigilantes vem se ampliando a medida em que eles constroem a resistência. Dois vigilantes da Caixa Econômica Federal foram transferidos à revelia para o setor de saúde (com redução de salários) como punição pela participação nos movimentos grevistas. As transferências foram revistas após reunião entre o Sindicato dos Vigilantes, Sindicato dos Bancários, Superintendência da Caixa e representantes da empresa Interfort.
A greve dos vigilantes deverá atingir ferozmente a rede de agências bancárias e precisa contar com a compreensão dos bancários do RN. Não se trata de uma greve apenas por salários. São direitos trabalhistas históricos que estão em jogo e a cada conquista do patronato fortalecerá ataques a outras categorias. O apoio é fundamental para impedir que isso chegue aos bancos.

NOTA DE ESCLARECIMENTO
O Sindicato das Empresas de Segurança Privada do RN – SINDESP, diante do anúncio de greve pelos vigilantes das agências bancárias nesta segunda-feira (26), vem a pública esclarecer alguns pontos importantes para a imprensa e a sociedade:
1 – O Sindicato Patronal (SINDESP) está à disposição para negociar dentro das regras que regem a nova Legislação Trabalhista, em vigor desde o dia 11 de novembro de 2017.
2 – Entre as mudanças determinadas pela nova Legislação Trabalhista, o vigilante (da rede bancária) das escalas de 36 horas semanais e 44 horas semanais não sofrerá nenhum impacto na remuneração salarial.
3 – O salário atual da categoria, onde o nível mínimo de escolaridade exigido por Lei é a 4ª série primária, no Rio Grande do Norte é o maior entre os nove estados da Região Nordeste, mesmo com a implantação da nova Legislação Trabalhista. A remuneração de R$ 1.684,77 no RN é a maior do Nordeste, sendo a menor na Paraíba, com valor R$ 1.280,55.
4 – A nova Legislação Trabalhista trouxe benefícios para os empregados e empregadores, permitindo ajuda na manutenção do emprego, parcelamento de férias em até três períodos durante o ano, rescisão contratual por acordo entre as partes, admitindo o empregado movimentar até 80% do seu saldo do FGTS, além de preservar os direitos como férias, 13º salário, FGTS, entre outros benefícios. Inclusive existem vários estados brasileiros com suas Convenções Coletivas de Trabalho – CCTS homologadas, tendo aplicadas as novas regras trabalhistas.
5 – Atualmente, uma Liminar permite apenas 30% do efetivo participar da greve e 70% da categoria deve manter os postos de serviços ativos. O SINDESP considera abusiva a greve, sendo um abuso a proibição do direito de ir e vir do trabalhador, além de afetar a sociedade proibindo o acesso aos serviços nas agências bancárias.
6 – Importante ressaltar que: As Empresas de Segurança são apenas um elo entre os vigilantes e contratantes para prestação dos serviços. O momento de protestar contra a Reforma Trabalhista não é agora, pois a mesma já foi homologada e está em vigor.
7 – O SINDESP repudia a veiculação através das mídias sociais e material impresso sobre inverdades e ilações a respeito de supressão salarial e de direitos adquiridos, levando a categoria a erro de interpretação com a finalidade da adesão geral dos vigilantes.
Diante de todos os pontos apresentados, vale ressaltar que na última reunião realizada na Superintendência Regional do Trabalho – SRT, os empresários precisaram sair escoltados pela Polícia Militar por falta de entendimento com os vigilantes sindicalizados.
Sempre primando pela busca em ofertar aos seus clientes, servidores e a sociedade os melhores benefícios, nos colocamos à disposição de todos para quaisquer esclarecimentos.
Atenciosamente,
Diretoria do Sindicato das Empresas de Segurança Privada do RN – SINDESP