Há 20 anos eu e Marcos Cavalcanti lançávamos o Jornal Memorial Santacruzense em Santa Cruz/RN

Eu, Marcos Cavalcanti, Antoiniêto - equipe do jornal em 1997


No dia 31 de agosto de 1997 era lançado o Jornal Memorial Santacruzense, na cidade de Santa Cruz do Inharé, no RN.
Exatamente há 20 anos eu e o jornalista, poeta, fotógrafo, ativista cultura Marcos Cavalcanti realizava um sonho de fazermos alguma coisa por nossa cidade. E assim, fizemos história. escrevemos histórias por quase dois anos. Um tempo mágico que o tempo não apaga e eu que sou extramente saudosista, me reportei ao passado com a linda crônica escrita pelo meu companheiro e ex-sócio no Memorial Santacruzense, onde ele relembra com maestria os momentos vividos por todos nós. Nos pro´ximos dias escrevei sobre essa importante fase de minha vida. 
Mas deixo para deleite dos amigos o texto publicado hoje (31) de agosto, em sua página pessoal no face, onde Marcos Cavalcanti retrata com uma profundeza a história do maior e único jornal do Trairi. 

MEMÓRIAS DO MEMORIAL


Gosto de revirar o passado, de dar-lhe importância e de celebrá-lo, sobretudo se a ele estou ligado até a medula ou até o último osso da coluna cervical. Pois bem, neste 31 de agosto de 2017, em que um fato de repercussão mundial toma conta dos noticiários, relembrando-nos a passagem de 20 anos do trágico acidente que vitimou à princesa Diana, na cidade de Paris; é a lembrança de um fato local, quando muito, regional, que domina as minhas emoções, os meus sentimentos. Naquele mesmo dia, lançávamos em meio a uma grande festa, na praça Cel. Mergelino, com direito a Banda de Música e apresentação do Arte Viva, o nosso Jornal Memorial Santacruzense, marco da história jornalística de nossa querida cidade de Santa Cruz do Inharé.
A ideia de publicarmos um jornal que desse conta das notícias da cidade e da região do Trairi, tão carente em publicações, como dizia o saudoso Monsenhor Severino Bezerra, me foi apresentada por um outro santacruzense, Nilson de Castro, poeta e jornalista, que aportara em sua terra natal, desejoso de implementar este ousado projeto. Juntou-se, então, a fome com a vontade de comer! Sugeri o título, ele estranhou, mas aceitou. Seguiu-se o planejamento, o trabalho duro, a busca de colaboradores e de patrocinadores, e por fim, o garimpo dos assinantes que lhe garantissem a tiragem mensal de 500 exemplares.
Foi um tempo incrível! Uma experiência que marcou para sempre a minha vida, o meu relacionamento com a minha cidade, com os seus recantos, com as acontecências protagonizadas por nossa gente. Revisitar as páginas do Memorial, reler as suas matérias, as crônicas, rever as centenas de fotografias publicadas, é nesta data marcante para mim, um reencontro gostoso e saudosista com este passado que não volta mais.
Mergulhar no túnel do tempo e relembrar as noites em que varamos a madrugada, na sala minúscula de um pequeno centro comercial, escrevendo as notícias, entrevistando pessoas, selecionando fatos e fotos, para que ao final de cada mês, o jornal pudesse circular nas mãos de nossos conterrâneos. Era essa a nossa alegria, era essa a nossa maior paga. Nestes vinte anos passados, fica o meu agradecimento aos muitos que fizeram comigo esta história, porque ninguém faz nada sozinho. Não citarei nomes, não declinarei a este ou aquele, maior ou menor importância, digo apenas que todos foram absolutamente fundamentais, nesta que foi a mais longa experiência do jornalismo impresso de nossa cidade e região. Que as séries de fotos, que passo a publicar, envelhecidas, como vinho, por estes 20 anos de longa maturação, sejam o símbolo doce dessa gratidão e que deem o testemunho vivificante dessa bela história. Ah! Manoel Adelino estava lá, no lançamento, Manoel estava em todas e em sua memória dedico esta crônica, lembrando por fim que em nosso memorial, a crônica policial não tinha vez!!!

Marcos Cavalcanti
Poeta- Fotógrafo e apaixonado por Santa Cruz do Inharé