Quase 60 milhões de brasileiros estão com o nome sujo


O total de pessoas com o nome sujo no País subiu de 54,5 milhões em fevereiro para 58,7 milhões em março, segundo estimativas da SPC Brasil e da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL). Para se ter ideia da grandeza deste número, ele representa 28,8% de toda a população brasileira estimada em cerca de 204 milhões e 39,64% da população com idade entre 18 e 95 anos.

Somente na passagem de fevereiro para março, mais 800 mil consumidores entraram para os cadastros dos serviços de proteção ao crédito como inaptos para adquirir novos financiamentos. Agora, segundo a pesquisa, já remonta a 4,2 milhões o número de pessoas que ficaram com seus nomes sujos desde dezembro do ano passado. Trata-se de um aumento de 23,53% sobre o total de 3,4 milhões de Cadastros de Pessoas Físicas (CPF) negativados entre dezembro de 2015 e fevereiro deste ano.
Os presidentes da SPC Brasil e da CNDL, Roque Pellizzaro Júnior e Honório Pinheiro, chamam a atenção para o fato de que mesmo diante da dificuldade de negativação dos inadimplentes no Estado de São Paulo, por conta da Lei Estadual 16.569/2015, o número de consumidores registrados em cadastros de devedores segue em crescimento no território nacional.

Estadão
Quem é o devedor compulsivo?
Segundo o grupo Devedores Anônimos, viver em constante estado de dívida não é só um problema financeiro, mas uma doença. O devedor compulsivo se caracteriza por ter gastos que não satisfazem as necessidades reais da pessoa. Alguns deixam de pagar cronicamente as contas, mesmo quando têm dinheiro. Confira alguns sinais que devem acender o alerta vermelho no consumidor
1 – Descontrole das contas
Não ter clareza sobre a sua situação financeira, as despesas mensais, taxas de empréstimos, bens ou obrigações contratuais é o primeiro sinal. O personagem Tino (Leandro Hassum), do filme “Até que a Sorte Nos Separe”, ilustra bem a situação: após ganhar uma bolada, o protagonista não só gasta todo o dinheiro em dez anos como faz dívidas impagáveis por total descontrole financeiro
2 – Falta de compromisso
Outra indicação de que você pode se tornar um devedor compulsivo é sempre tomar emprestado frequentemente itens como livros, canetas, ou pequenas quantias de dinheiro de amigos e familiares e falhar ao devolvê-los. A atitude mostra falta de compromisso
3 – Muito esforço por nada
Segundo os Devedores Anônimos, também não adianta se desesperar. Trabalhar demais ou receber menos do que é merecido, como o personagem Julius (Terry Crews) do seriado “Todo Mundo Odeia o Chris”. Julius possui vários empregos, passando por motorista de caminhão a entregador de jornais. Trabalhar horas extras para ganhar mais dinheiro a fim de pagar os credores, usar o tempo de forma ineficiente, aceitar trabalhos abaixo da capacidade e nível de estudos e educação são sinais de que a coisa vai mal
4 – Não poupar
Quem tem pouco hábito de economizar também tem forte propensão a se tornar devedor. Não se planejar para pagar taxas, para o momento de aposentadoria ou outros itens previsíveis e ainda ficar surpreso quando eles se tornam um débito são atitudes ruins para o bolso.
5 – Fazer compras compulsivas
Se atente aos sinais da compulsão por compras: ser incapaz de não perder uma “boa oportunidade”, fazer compras impulsivas, deixar etiquetas de preço nas roupas e então elas poderão ser trocadas, não usar itens que você comprou, não conseguir passar na frente de uma vitrine sem parar.
6 – Finanças básicas
Dificuldade em encontrar as finanças básicas e obrigações pessoais e/ou nenhum senso de comprometimento quando tais obrigações são encontradas indicam que as contas irão sair do controle.
7 – Se sentir bem comprando
Carrie, do seriado “Sex And The City”, alivia suas dores e decepções nas compras, sobretudo de sapatos,mas o hábito é perigoso. Se a pessoa tiver uma sensação diferente quando está comprando no cartão de crédito ao invés de pagar à vista com dinheiro – um sentimento de pertencer ao clube, de ser aceito, de ser adulto – pode estar no caminho das dívidas.
8 – Esconder a situação
Finanças e dívidas ainda são grandes tabus na cultura brasileira, mas diante de um problema o melhor é discutir abertamente com os familiares. Inibição e embaraço com o que deveria ser uma discussão normal sobre dinheiro só aprofunda a crise financeira.
8 – Esconder a situação
Finanças e dívidas ainda são grandes tabus na cultura brasileira, mas diante de um problema o melhor é discutir abertamente com os familiares. Inibição e embaraço com o que deveria ser uma discussão normal sobre dinheiro só aprofunda a crise financeira.
10 – Estar sempre no vermelho
Viver num caos e drama em torno de dinheiro, usar um cartão de crédito para pagar o outro, ter cheques devolvidos são pano de fundo de um cenário trágico: sempre lidar com uma crise financeira em sua vida.
11 – Viver uma fantasia
Quem tem tendência a sonhar e achar que o dinheiro irá cair do céu para pagar as contas, seguros e cheques tem forte tendência ao endividamento. Agostinho Carraca (Pedro Cardoso), o rei dos trambiques e rolos em “A Grande Família”, que o diga.
12 – Ter esperança no futuro sem mudar o presente
Não adianta ser otimista: se a pessoa tem um sentimento de esperança de que alguém irá tomar conta dela se necessário, de forma que ela não estará em sérios problemas financeiros, que sempre haverá alguém a quem recorrer, cuidado! Já pode estar no caminho do enforcamento financeiro e nem perceber.

FRANCISCO CARLOS DE ASSIS – O ESTADO DE S. PAULO