Brasil desperdiça 36,7% de toda a água tratada
O Brasil desperdiça 36,7% de toda a água tratada para o consumo. A informação é do mais recente Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgotos, feito pela Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades.
O relatório foi divulgado no último dia 16 de março e tem como base dados coletados no ano de 2014. Divido por regiões, o Nordeste foi o campeão de perda na distribuição, com 46,9% do total de água desperdiçada. Em segundo lugar, ficou a região Norte, que desperdiçou 46,5% da água tratada, seguida do Centro-Oeste (34,2%), Sul (33,4%) e Sudeste (32,6%).
O levantamento mostra que todos os estados do país ficaram acima do limite de 20% de perda na distribuição estabelecido pelo governo. A perda de água se deve, principalmente, por vazamentos e ligações clandestinas.
Com base no documento, o Instituto Trata Brasil elaborou o Ranking do Saneamento nas 100 Maiores Cidades. Segundo o instituto, o Brasil ocupa a 11ª posição em saneamento básico entre os 17 países da Comissão Econômica para a América Latina (Cepal), ficando atrás de Bolívia, Peru, Uruguai, Equador, Venezuela, Chile, México, Argentina, Colômbia e Costa Rica.
De acordo com o relatório do Ministério das Cidades, a coleta de esgoto chega a apenas 49,8% das cidades. Deste total, apenas 40% é tratado. A deficiência no saneamento é tida como um dos fatores responsáveis pelo alastramento do Aedes Aegypti, mosquito transmissor da dengue, da febre Chikungunya e do zika vírus.
Segundo o Instituto Trata Brasil, entre 2010 e 2014, o país investiu, em média, R$ 188,24 milhões em saneamento. Porém, os investimentos não contemplaram as regiões mais necessitadas e 35 milhões de brasileiros ainda não têm acesso à água tratada.
“A preocupação é que os avanços em saneamento básico não só estão muito lentos no país, como cada vez mais concentrados onde a situação já está melhor. Estamos separando o Brasil em ilhas de estados e cidades que caminham para a universalização da água e esgotos, enquanto que uma grande parte do Brasil simplesmente não avança”, disse em nota Édison Carlos, presidente executivo do Instituto Trata Brasil.
Fonte: opiniaoenoticias.com.br