População do Pitimbu pede providências para acabar com as invasões ilegais das áreas verdes no bairro

Um ponto nobre do bairro: cruzamento das avenidas Prudente de Morais com Xavante. Depósito de material de construção atua numa grande faixa da área verde sem qualquer fiscalização da Prefeitura de Natal

Texto e Foto: Marcanttoni - cidadedagente.blogspot.com

Quando o assunto é ocupação ilegal de área pública, o Pitimbu é o campeão em todos os quisitos dessa irregularidade: omissão do Poder Público Municipal; omissão do Ministério Público do Patrimônio; conivência irresponsável das autoridades de fiscalização da secretaria do Meio Ambiente da prefeitura de Natal; e inércia e cumplicidade do representante da comunidade na Câmara Municipal com as ilegalidades das ocupações. Composto por cinco conjuntos habitacionais (Cidade Satélite I, II e III, Bancários e Pitimbu)o bairro, desde sua fundação em 1983, quando foram inaugurados os três primeiros conjuntos Satélite I, II e III vem assistindo ao avanço descontrolado das ocupações ilegais de suas áreas verdes, ou públicas, destinadas a equipamentos comunitários de uso coletivo ou preservação ambiental de sua reserva de flora e fauna e da reserva de água de seu subsolo.

Há de tudo encravado nas áreas públicas do bairro. De simples cigarreiras a grandes depósitos de material de construção, a comunidade vai perdendo suas áreas verdes que são utilizados por uns poucos para aumentarem sua renda usufruindo de um patrimônio do povo de Natal sem qualquer ônus para quem se apossou de um pedaço da área verde do bairro. Muitos invasores das áreas públicas construíram prédios de alvenaria e tratam o local como propriedade particular cercando o terreno e impedindo que qualquer pessoa tenha acesso ao lugar sem sua autorização. Exemplo desse comportamento é o bar instalado na beira da lagoa de drenagem de água pluvial no conjunto Pitimbu, onde até a casa da bomba é utilizada como depósito de engradados de cerveja do bar.
A proliferação da ilegalidade da invasão da área pública é real com tendência de crescimento, já que todos os Poderes Públicos são omissos na fiscalização e na erradicação das invasões que ocupam o patrimônio do povo de Natal irregularmente. “Isso aqui não tem controle. Se você quiser cercar um pedacinho da terra ou instalar um comércio qualquer, é só ter pistolão com vereador ou alguém dentro da prefeitura que libere para você. E aí vai tocando o negócio que ninguém te incomoda”, resume o problema um morador do bairro que pediu sigilo do seu nome para não sofrer represálias dos invasores das áreas verdes.
Transformada em terra de ninguém, o bairro pede socorro para conter o avanço das invasões sobre o patrimônio do povo de Natal. Os moradores do bairro também pleiteiam que sejam adotadas medidas urgentes para erradicar as invasões existentes hoje no bairro antes que a comunidade perca suas áreas verdes para um pequeno grupo de comerciantes que utilizam o patrimônio popular em proveito próprio.

“O Ministério Público do Patrimônio deveria agir com rapidez nesse caso. Com o prolongamento da Prudente, eles foram em cima e quase que a obra não sai. Mas com relação à ocupação ilegal das áreas públicas do bairro, não disseram e nem fizeram nada. Nem eles, nem a prefeitura ou a secretaria do Meio Ambiente de Natal e do Estado”, reclama outra moradora da comunidade que prefere manter-se no anonimato pelas mesmas razões do outro entrevistado pelo blog.